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A Palavra que vamos meditar hoje está na Carta de São Paulo aos Romanos 8, 26-30.
Quando acolhermos a Palavra de Deus, na verdade, é o próprio Deus quem nos acolhe. A Palavra de Deus é o próprio Deus nos envolvendo. Tal como ocorre em nossa casa, é por meio dela [Palavra de Deus] que refazemos as nossas forças e somos revigorados. É o próprio Senhor quem nos reveste com Sua força.
Esta passagem bíblica nos fala sobre uma coisa indispensável: reconhecemos o auxílio de Deus, por meio da oração, em nossas fraquezas. O Espírito Santo de Deus vem em socorro de nossa limitação, pois não sabemos o que pedir nem como pedir. Não sabemos o que devemos suplicar a Deus. Mesmo quando nos colocamos em oração, por vezes, não temos, de forma clara, aquilo que deve ser o objeto de nossa prece.
Queremos que o Senhor nos atenda, mas, muitas vezes, nos dirigimos a Ele com o coração dividido. Vamos para a oração por puro interesse, nos comportamos como bajuladores e, dessa forma, o momento que deveria ser para estarmos com Deus se torna chato e cansativo.
O ser humano foi feito para Deus, e na oração ele se faz um com o Senhor. O propósito da prece é o de nos unirmos ao Senhor. É claro que, nesses momentos de súplica, apresentamos nossas intenções a Ele, mas o propósito principal deve ser o estar com Ele.
Oração não é pedir simplesmente, orar é cultivar um relacionamento com Deus. Nesse momento [de oração] existem o louvor, a súplica, a ação de graças e também a escuta do Senhor. A prece que fazemos em nosso quarto, com as nossas palavras, tem seus efeitos, mas, na oração litúrgica, ganhamos como resposta o gosto por esse momento de intercessão. A oração conduzida pelo Espírito Santo, isto é, quando rezamos com a Bíblia em mãos, com a liturgia das Santas Missas, não se torna cansativa e ganhamos como como resposta o gosto por essa prática [oração].
Por muitas vezes, gastamos muito tempo com outras coisas, e a tecnologia nos favorece trabalhar com menos esforço e ter mais tempo para estar com os nossos. Mas, na verdade, nós acabamos vivendo um ativismo inútil. Nos tempos livres criamos outras atividades e deixamos que nossos desejos humanos ganhem espaços sobre os desejos do Espírito Santo. Nossos desejos não são ruins, pois vêm de Deus; o problema quando esses desejos são desequilibrados.
Santo Inácio de Antioquia dizia: Eu sinto dentro de mim uma voz que diz: ‘Vem ao Pai!’. Da mesma maneira, isso acontece com cada um de nós. Sentimos um impulso que nos fala: Você precisa rezar! Nós não deveríamos dar trégua a esse impulso que nos impele a voltar o coração para a oração. Imaginemos alguém que, descobrindo um veio d’água, não vai parar de cavar até que aumente aquele volume desse líquido, o mesmo interesse devemos cultivar pelo impulso para a oração.
O Espírito Santo, na Sagrada Escritura, é comparado ao ar. Este é o lugar no qual precisamos entrar para contemplar a Deus. Aproveitando dessa imagem, o Espírito é a atmosfera para adorar a Deus. Fora d’Ele não há como agradar ao Altíssimo. A capacidade de orar no Espírito Santo é nosso grande recurso.
Todos somos e nos sentimos fracos para cumprir a vontade de Deus. Em meio às nossas lutas percebemos as nossas fraquezas em cumprir o que nos ensina o Evangelho. Para isso, precisamos da graça do alto, precisamos do Espírito Santo, que vem em nosso socorro.
Quando Deus nos dá uma graça, Ele nos ordena que façamos o que podemos, por essa razão, necessitamos de sabedoria para pedir ao Senhor o que escapa de nossas mãos. Então, diante de um problema, quando já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance e ainda assim o nosso desejo não foi realizado, então devemos rezar para que Deus Pai venha realizar aquilo que está além de nossas forças.
Há situações que nos desafiam e só serão vencidas por intermédio de nossa prece. Nossa oração é a respiração da alma. Quando estamos prestes a desistir em meio às dificuldades é indispensável nos lembrarmos de que precisamos derramar nossa alma diante do Senhor. Muitos testemunhos nos garantem essa verdade, pois aonde nossos recursos humanos não chegam, pela oração é possível alcançá-los.
Experimente elevar seu coração a Deus, por meio da súplica a Ele, ao perceber que seus problemas parecem não ter solução. O objetivo dessa partilha é provocar, em cada um de nós, o desejo de fazer a experiência de Deus no Espírito Santo.
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova
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