Padre Roger Luís, na homilia da Santa Missa em intenção ao sócio evangelizador dessa quarta, 27, medita sobre as virtudes do cristão. E para que nos assemelhemos a Cristo, nos aconselha a não buscarmos vanglória nem status, mas sim unicamente diminuir para que o Senhor apareça. Confira áudio e transcrição:
Padre Roger Luís – missionário da Comunidade Canção Nova / Foto: Arquivo CN
Deus quer nos formar, porque somos Seus filhos. Por Sua Palavra, Ele realiza em nosso interior uma obra nova. Jesus revela a Seus discípulos que Ele sofreria e morreria e que, ao terceiro dia, ressuscitaria. Os discípulos não se atentaram para esse detalhe [ressurreição do Senhor], pois estavam mais preocupados em “aparecer” do que em escutar o que o Senhor queria lhes falar.
A vaidade adentrava ao coração desses apóstolos, pois, onde Cristo estava, todos O seguiam, o que os fazia [discípulos] se “inflarem” por estar ao lado d’Ele. Da mesma forma, por vezes, muitos de nós queremos apenas aparecer e nos sentimos mais importantes que Cristo.
No Evangelho, Tiago e João pedem para se sentar um ao lado direito e o outro ao lado esquerdo de Cristo, atitude que inquieta o coração do Mestre. Trazemos dentro de nós o egoísmo e a tendência a nos sentirmos maiores e melhores do que os outros, pois o mundo tem nos ensinado sobre a globalização da indiferença. Por essa razão o Papa Francisco tem nos alertado sobre a indiferença com que tratamos as pessoas e nos convida a sairmos de nós e a irmos ao encontro dos necessitados.
A nossa busca tem de ser pelo Senhor e não devemos deixar nossas “virtudes vaidosas” sobressaírem em nosso coração. As “virtudes vaidosas” são aqueles que funcionam apenas diante das pessoas, pois temos a tendência de querer aparecer. Perguntemo-nos: o que temos feito é por virtude ou aparência?
Tudo o que vivemos e fazemos tem de ser para a glória de Deus. As nossas virtudes precisam trazer o olhar de Deus para nós, pois, diante de Seu olhar, as virtudes contaminadas pela vaidade não têm valor. Alguns cristãos têm vivido a “virtude-vitrine”, ou seja, apenas vivem para se exibir e mostrar sua imagem para obter vantagens das pessoas.
Rezemos: “Senhor, eu não quero cultivar na minha vida esse espírito de importância, de querer ser e aparecer; de querer glória e fama. Liberta-me dessa tendência existente dentro de mim”.
Queiramos ser virtuosos com um único objetivo: agradar ao Pai, para que Ele olhe para nós e enxergue as atitudes de Seu Filho. O Espírito Santo nos foi dado para que Ele trabalhe em nós e nos liberte daquilo que nos tira a semelhança de Cristo.
Existem também aqueles que vivem a “virtude-espelho” buscando a glória para si. O Senhor diz que aqueles que se exaltam serão humilhados e os que se humilham serão exaltados. A vaidade e o orgulho nos enchem e isso uma hora se volta contra nós mesmos. Aquele que quer ser grande seja primeiramente servo.
Não cedamos ao mundo, porque ele quer que fiquemos na indiferença! Não há outro Deus que não seja o Senhor. Como filhos de Deus temos orado pelo Brasil, pelo fim da corrupção e pelo fim da desigualdade? O único modo de mudar a nossa nação será com os joelhos dobrados e ao nos arrependermos de nossos pecados. Queremos um Brasil novo? Oremos por ele! Se Jesus fez tamanho impacto no mundo com apenas doze apóstolos, imagine o que Ele fará por intermédio do nosso “sim”. Se deixarmos de lado nossa visão egoísta, mudaremos a humanidade.
Saiamos da espiritualidade mundana e olhemos para aqueles que estão ao nosso lado! Aceitemos o chamado de pedir, jejuar e de nos penitenciarmos por aqueles que necessitam. Coloquemo-nos em oração!
Padre Roger Luís
Missionário da Comunidade Canção Nova
