O acolhimento da Palavra de Deus, que entra pelos ouvidos e cai no coração, sempre provoca em nós uma conversão nova em direção a um Cristianismo mais autêntico. Por isso, hoje, vamos meditar o Evangelho de João 8,1-8 e deixar a Palavra entrar em nosso coração.
Os escribas e fariseus colocam, no meio da multidão, uma mulher que ninguém sabe seu nome nem sua história; entretanto, ela fica conhecida e rotulada somente pelo seu pecado: é uma adultera. O tempo todo, nós fazemos isso com as pessoas que convivem conosco, pois esquecemos quem são e só as enxergamos a partir do seu pior, do seu pecado, das suas fraquezas. Reduzimos a pessoa ao seu erro: o drogado, o ladrão, o assassino, o alcoólatra…
Diferente dos escribas e fariseus, nós vamos deixar o centro para colocarmos Jesus, e a partir de Seu exemplo, que ilumina nossas vidas, reaprendermos a enxergar os que estão ao nosso lado.
Quando pressionam Jesus para condenar essa mulher, que foi pega em um flagrante de adultério, o próprio Senhor nos ensina como devemos resolver problemas difíceis. Antes de dizer qualquer coisa, Ele inclina-se para frente e escreve com o dedo na terra. Ele fez isso duas vezes.
Esse gesto nos mostra a necessidade de pensarmos, refletirmos antes de falar e condenar as pessoas. Jesus inverte a cena. Tira a atenção da mulher acusada e provoca uma revisão de vida nos fariseus e escribas, os quais, um a um, vão deixando sozinhos Jesus e aquela mulher.
O Senhor se volta para a acusada e não a chama por seu pecado (o adultério), mas por aquilo que ela é: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?. Assim, Jesus separa a pessoa do seu pecado, enxerga com olhos de misericórdia a filha que errou, não deixa de amar por causa do erro. Em seguida, por amor, despede-se dela dando-lhe a ordem de não mais pecar: Vai e não tornes a pecar.
O tempo em que Jesus se inclinou para frente e escreveu no chão foi o momento necessário para que os fariseus e os escribas repensassem a postura de acusação que levaria a “adúltera” à morte, mas não salvaria a mulher.
Aprendamos com isso algo importante: antes de acusarmos os outros, olhemos para nossas próprias consciências como fizeram os escribas e fariseus para não atirarmos nos outros pedras que não podemos carregar.
Jesus não veio para defender o pecado, mas para salvar os pecadores; por isso Seu olhar de misericórdia sempre separa a pessoa do erro cometido. Deus nunca acolhe o pecado, e jamais abandona um filho apesar do seu pecado.
Jesus nos ensina a nos inclinarmos um pouco para enxergamos primeiro os irmãos, amá-los e, só depois, exortarmos a não mais pecar.
O silêncio e o recolhimento vão ajudá-lo, agora, a olhar sua própria consciência, à luz do Espírito Santo, para resgatar a imagem de filho de Deus separada dos seus pecados. Busque um sacerdote e faça uma boa confissão.
Padre Fabrício
Membro da Comunidade Canção Nova
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