Este é um tema que ainda desperta muitas discussões e debates. Apesar da ampla disponibilidade de informações sobre qualquer tema, ainda observamos dificuldades em compreender o problema da depressão.
Temas médicos, em geral, provocam nas pessoas diversas sensações. Ao descrever uma doença, para quem lê o texto, é comum absorver as informações e passar a sofrer daquilo que foi escrito. Ou seja, falar sobre uma doença ou sintoma parece transmitir, contagiar o leitor. Portanto, aqui, mais uma vez, incorremos no risco de gerar no leitor a impressão de que ele também sofre de depressão. Assim, tomemos cuidado, pois sentimentos de tristeza e desânimo podem estar presentes em todos os seres humanos em diferentes momentos da vida. Aqui falaremos da depressão como uma doença.
Comecemos com a informação básica: depressão é uma doença. Ela acomete, em média, 10% da população e pode começar em qualquer idade. Mas, atualmente, está cada vez mais precoce, com aumento entre crianças e adolescentes. As mulheres apresentam os sintomas duas vezes a mais que os homens; e a maior incidência ocorre em adultos entre 20 e 50 anos. É uma doença que se manifesta por períodos que podem durar alguns meses ou até anos, com estágios de remissão entre elas. Em cerca de 20% dos casos, a depressão começa e permanece de forma crônica e sem melhora. Também pode ocorrer um único episódio na vida do indivíduo e não mais se manifestar. Mas se ocorrer um segundo episódio depressivo na vida, as chances de um terceiro é ainda maior.
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Luís Arenales
Médico Psiquiatra – CRM 56.489
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