Sorrindo pra Vida - 10/08/2010

Silenciar não é simplesmente se calar

Mensagem de Wellington Silva Jardim (Eto) no programa “Sorrindo pra Vida” da TV Canção Nova, nesta terça-feira, dia 10 de agosto de 2010.

Ao ir para a página do Podcast Sorrindo pra Vida , você encontrará, abaixo de cada um deles, uma seta; ao clicar nela você conseguirá baixar o arquivo em MP3.

Eu quero convidar você para abrir a Palavra de Deus em:
Lucas 2,41-50.

Luzia Santiago e Wellington Silva Jardim (Eto)
Foto: Robson Siqueira

Deus nos deu esta Palavra no dia de hoje e nós vamos meditar sobre o silêncio de São José. Por que Jesus, aos doze anos, fez isso que está narrado nesse texto? Porque Ele não teria, naquele momento, uma outra oportunidade tão boa para falar do Pai. Veja: um menino de doze anos teve a coragem de falar sobre o Seu Pai, sobre Deus!

Jesus falou com aquelas autoridades e as deixou de “boca aberta”. Imagine um menino daquela idade falando com tamanha profundidade. E vemos esta passagem sem, no entanto, estar atento à humanidade de José e de Maria, a angústia daqueles pais que procuravam pelo Filho.

Eu preciso hoje reconhecer que sou, em primeiro lugar, filho de Deus. Sou imagem e semelhança de Deus. Reconheço que sou fruto do amor de meus pais; não estou me desfazendo deles. Mas preciso reconhecer que sou, em primeiro lugar, filho de Deus Pai.

É isso o que Jesus vai explicar aos pais d’Ele. E eles não entenderam que, para Ele, o Pai vinha em primeiro lugar. Os pais de Cristo estavam apegados àquele amor próprio que um pai e uma mãe têm pelo filho. Mas, hoje, eu quero meditar sobre esse silêncio de São José. Você não ouve uma palavra do pai de Jesus no texto de hoje. Mas saiba que ele trazia sobre si uma responsabilidade enorme: ele tinha de cuidar daquilo que o próprio Deus havia confiado a ele, ou seja, o Seu Filho amado.

Qual o melhor serviço que José poderia querer? Era exatamente este serviço de carpinteiro. Pois era um serviço que exigia atenção, dedicação, no qual ele tinha de silenciar e pensar para fazer aquele móvel, aquela obra. E nessa santa quietude esse grande homem de Deus relacionava-se com o Filho dentro da carpintaria. E o mais bonito é que José jamais quis “usurpar” o lugar do Pai do Céu no coração de Cristo. Naquele trabalho silencioso e dedicado, ele ia se dando a conhecer e, ao mesmo tempo, conhecendo o Filho, Jesus.

É muito fácil falar de José! Dentre todos os santos, é fácil falar dele. Depois de Maria vem José. E o seu silêncio me intriga: aprendo que o seu ato de silenciar não é um simples “se calar”, mas antes a atitude de um homem contemplativo.

Quando nos calamos em diversas situações, na verdade, estamos “matando” o outro! Quantos casais sofrem porque não conversam. A falta de diálogo é um veneno mortal para a vida conjugal. Mas, aqui, eu estou falando sobre aquele silêncio que precisa ser respeitado pelo cônjuge, aquele silêncio que, na verdade, é diálogo com Deus. E silêncio é silêncio. Não tem barulho! Deus não trabalha em nós no meio do barulho.

Hoje falta liderança no mundo. Na verdade, hoje a grande ausência que o mundo sente é a ausência de pai. Existem muitos filhos destroçados na vida por causa da ausência paterna. Como afirmou o Papa certa vez: existem milhares de filhos órfãos de pais vivos. E isso tem sido a raiz de muitos males em nossa sociedade. O mundo sente a falta da presença paterna. Jesus também precisava desta presença [paterna]. E daí vemos a importância do papel de São José na vida de Cristo.

Hoje você que é pai precisa cuidar dos seus filhos. Principalmente em relação à internet. Ela é um instrumento maravilhoso de crescimento e conhecimento, mas, também, se não for bem administrada, essa ferramenta pode destruir um lar! Você que é pai precisa tomar cuidado com isso. Use a sua autoridade paterna. Não basta “criar” o filho quando pequenino. A gente acha graça quando a criança pequena faz aquelas coisas que são próprias da idade dela. Mas acontece que o filho, pouco a pouco, cresce e, com isso, é necessário você assumir o cuidado e a responsabilidade sobre ele com autoridade de pai.

Eu me recordo agora do meu pai. Ele é, para mim, a figura de São José. Ele também era um homem silencioso, trabalhador, honesto. Lembro-me de que ele ficava até altas horas escrevendo os relatórios do trabalho dele. Eu cresci o vendo ser este exemplo de grande homem. É normal que, como pai, eu quisesse que meu filho ficasse “agarrado” a mim. Mas isso não é o correto. Você precisa educar o seu filho para enfrentar o mundo, para um dia constituir uma família e viver sua própria vida. Eduque seu filho no diálogo e, muitas vezes, no silêncio. No silêncio de José.

Nossa missão de pai é educar os filhos no temor a Deus. Não há maior alegria para um pai do que ouvir que os seus filhos caminham na Verdade.

Wellington Silva Jardim
Comunidade Canção Nova

Transcrição e adaptação: Alexandre de Oliveira

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