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A Palavra meditada hoje está em João 5,19
A passagem bíblica de hoje conta a história de uma pessoa que em certos aspectos se parece conosco. E o que Jesus fez por aquele homem também pode fazer em nossa vida, basta querermos e deixarmos Ele fazer.
O homem estava enfermo há quase quatro décadas, e como é mencionado na Palavra que ele não andava, logo concluímos que se tratava de um paralítico. Naquele tempo, uma pessoa enferma era considerada impura e indigna para receber a cura. Era preciso fazer um sacrifício no templo, mas isto era muito caro.
Aquele homem enfermo sempre ficava à espera de uma ajuda para se purificar na piscina do templo, mas, quando chegava sua vez, alguém passava na frente dele. Além da cura física, ele precisava de uma cura interior. Jesus lhe pergunta, então, se ele queria ser curado, mas ele não responde diretamente.
Assim como aquele homem, nós fazemos o mesmo. Ele teve a chance de ser curado ao responder para Jesus, mas, ao invés disso, falou que as pessoas lhe tomavam a vez na piscina do templo. Em certos momentos da nossa vida fazemos como este homem, usamos palavras semelhantes, nos escondemos para chorar, porque sentimos que não temos ninguém.
Quando ficamos reclamando ou murmurando, as chances que eram para ser nossa vão para outra pessoa; tudo isso acaba nos afetando e, com isso, rompemos com nós mesmos. É muito difícil reconciliar-se com uma pessoa que nos feriu, mas a tarefa mais difícil é nos reconciliarmos conosco.
Vivemos a partir das nossas metas e desejos, mas quando algo não sai como planejamos temos o hábito de nos culpar e ao outro também. Muitas vezes, não nos perdoamos quando cometemos um erro diante dos outros, então, ficamos amargurados, tristes ou com raiva, porque não queremos manchar a imagem que projetamos de nós.
Sempre queremos criar uma imagem boa a nosso respeito, mas, se não tomarmos cuidado, tornamo-nos escravos daquilo que queremos passar para o outro. Nós precisamos aceitar quem somos e a nossa própria história.
Desejamos que nossa vida seja perfeita, mas corremos o risco de passar a vida reclamando de tudo e de todos. Assim como aquele paralítico, nós também temos a chance de sermos curados. Precisamos agarrar as oportunidades, senão podemos ficar a vida inteira reclamando.
Precisamos aceitar nossas raízes a fim de dar frutos, pois quem nega a si mesmo jamais colherá o fruto da sua história. A reconciliação com a nossa própria história nos dá a chance de conseguir dirigir o nosso futuro e também de obtermos a cura de nossas feridas.
Aprendamos com a natureza que devolve como pérola aquilo que um dia lhe foi uma agressão. Esteja disposto a passar a limpo o seu passado, aceitando-se e reconciliando-se.
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Rita Bueno
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