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A Palavra meditada, hoje, está em Jonas 3,1-10.
Sabemos que o número “quarenta” na Sagrada Escritura tem um simbolismo, expressa um tempo no qual se aguarda a intervenção divina. Sejam quarenta dias, semanas, meses, anos, enfim, Deus sempre intervém após esse tempo. O número quarenta, na Bíblia, é o tempo de espera da intervenção do Senhor. Da mesma forma, nós estamos neste período de quarenta dias de penitência, jejum e oração, esperando que Deus Pai intervenha em nossa vida.
Na passagem bíblica de hoje vemos que o povo de Nínive também estava vivendo a Quaresma. No entanto, a destruição daquele lugar era esperada, pois fora anunciada pelo profeta Jonas. No entanto, a partir da conversão do rei desse local todo o povo se sente chamado à conversão e, ao ver a mudança de todos, Deus se compadece dessa gente e desiste do mal ameaçado e nada faz.
Hoje podemos aprender quatro atitudes com o rei de Nínive. A primeira: devemos “nos levantar do trono” como o rei fez. Essa atitude requer que retiremos do trono do nosso coração tudo, pessoas e coisas, que ocupa o lugar de Deus, para deixar que somente o Senhor o ocupe. É muito importante fazermos uma oração de renúncia, pois somente num trono vazio Deus encontrará espaço para se sentar como Rei e Senhor.
A segunda atitude deve ser a de abrirmos mão de todos os nossos apegos, pois, mesmo sendo rei e vivendo no luxo e ostentação, essa foi a segunda atitude desse rei, tirou o manto. Logo, se o deixamos vazio e nos desapegamos de tudo, estamos deixando nosso coração livre para o Senhor entrar nele e ocupá-lo.
A terceira atitude dele foi vestir um pano de saco, ou seja, precisamos ser humildes, simples e pobres em Deus, cujo Coração é desapegado e simples. A conversão é deixar aquilo que é ruim e caminhar para o que é o novo: a proposta de Deus, ou seja, é sair das trevas para caminhar na luz. Como cristãos precisamos ser simples e nos contentar com aquilo que o Senhor nos dá.
E a última e quarta atitude do rei foi sentar-se sobre as cinzas, ou seja, ele saiu do trono para que Deus se sentasse nele. E assim aprendemos que a quarta atitude deve ser essa [nos sentarmos sobre as cinzas], que quer dizer descobrirmos nosso lugar após nos convertermos e darmos o lugar para Deus no nosso coração. Assim como começamos a Quaresma na Quarta-feira de Cinzas, quando o sacerdote abençoa e impõe as cinzas em nossa fronte, começamos o tempo quaresmal reconhecendo-nos como cinza e pó.
Somos cinza e pó, e é na nossa fraqueza que Deus revela a Sua força. O homem virtuoso reconhece a sua fraqueza. Somos chamados a ser homens e mulheres de virtude, a Igreja Católica nos ensina que quando vivemos as virtudes com perseverança, sempre as retomando com esforço, elas são purificadas por Deus, que as eleva à Sua graça. O homem virtuoso sente alegria em praticar virtudes.
Eis a receita da alegria e da felicidade para nós hoje: praticar as virtudes. Qual é a provação que você vive hoje? Não se desespere diante dela; pelo contrário, haja como um homem e uma mulher de virtude, “saia do trono”, “tire o seu manto”, vista-se do “pano de saco” que Deus lhe oferece e “sente-se nas cinzas”, pois este é o lugar do homem virtuoso.
Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Rita Bueno
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