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A Palavra meditada, hoje, está em São Mateus 15,21-28.
Meus irmãos, para entendermos todo o contexto da Palavra de hoje, precisamos voltar em Mateus 14,34, o qual fala que Jesus foi até o mar da Galileia para levar a Boa Nova e curar muitas pessoas. Nesse contexto de cura e conversão, surgem os fariseus, os doutores da lei que saíram de Jerusalém em direção ao local onde Jesus estava para analisar as Suas atitudes.
Lá, eles se escandalizaram ao ver os discípulos de Jesus se alimentando sem lavar as mãos – havia esse costume na época – e começaram criticá-los. Então, Jesus se irritou e, de forma severa, começou a repreendê-los, dizendo que eles se diziam de Deus, mas, na verdade, eram indignos, porque se apegavam apenas às tradições.
Jesus ainda disse que não era o que entrava pela boca que tornava uma pessoa impura, mas sim o que saia do coração. Com esse ensinamento e indignado com a atitude dos fariseus, Ele foi para a região de Tiro e Sidônia, uma região onde as pessoas eram consideradas impuras e onde os judeus tratavam os pagãos como cães.
Caminhando por lá, eis que surge uma mulher que começa a gritar: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim. Era a mulher impura dirigindo-se ao Senhor, que era puro.
Diante daquela situação, na qual todos olharam com discriminação, a mulher tinha pela frente três obstáculos. O primeiro obstáculo vem quando ela pede a compaixão do Senhor pela filha que estava sendo atormentada pelo demônio e Ele nada responde. Era o silêncio de Deus.
Talvez você esteja passando por uma situação parecida, pedindo ao Senhor uma conversão ou um milagre, e, diante da sua súplica, você só tem o silêncio. Você pode pensar que Deus o abandonou e, por isso, reclamar, mas veja que a mulher não age assim, ela não fica triste nem reclamando, mas ela insiste e continua gritando: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim. Ela não para no primeiro obstáculo, porque sabe que, em algum momento, Jesus responderá.
Depois, vem o segundo obstáculo. Os discípulos falam para Jesus mandar a mulher embora, para ela silenciar. É como se você estivesse passando por uma situação, na qual você clama a Deus uma bênção, mas aparece uma pessoa para desanimá-lo, minando sua fé.
Os discípulos estão fazendo isso com a mulher, mas ela vence esse segundo obstáculo e continua insistindo em seu pedido. É ai que aparece o terceiro obstáculo. Jesus para e diz: Eu fui mandado somente para as ovelhas perdidas do povo de Israel
Nessa hora, é como se o Senhor falasse a ela que Ele veio para primeiro atender ao povo de Israel; então, ela teria de esperar. Ele diz: Não está certo tirar o pão dos filhos e jogá-lo aos cachorrinhos.
A espera era o terceiro obstáculo, mas, nem assim, a mulher desiste e diz: Sim, Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos. É como se ela dissesse: Sim, somos pagãos e temos que esperar, mas Tu és o Senhor e no Teu banquete Teus filhos se fartam, mas também caem migalhas para os cachorros. Basta uma migalha para mim.
Ela era uma mulher impura, mas tinha fé e se apresentava diante do Senhor com toda sua fraqueza, dizendo que bastava uma migalha. Ela insistiu. Mesmo enfrentando obstáculos, perseverou e, diante dessa fé, Jesus lhe disse: Mulher, é grande a sua fé! Seja feito como você quer. A partir daquele momento, a filha dela foi curada.
É isso que Jesus quer fazer conosco: contemplar a nossa fé. Mas para isso precisamos perseverar na oração. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina, no número 2629, que é pela súplica, pela nossa oração a Deus, que exprimimos a consciência da nossa relação com Ele. E que o nosso pedido é uma forma de voltarmos para Ele.
Por isso, não podemos perder tempo fazendo nossos pedidos aos homens; temos de retornar para o Pai e fazer a Ele os nossos pedidos. Insistir na oração como aquela mulher.
O Catecismo da Igreja Católica ainda fala, no número 2737, uma frase muito importante: Não te aflijas se não recebes imediatamente de Deus o que Lhe pedes, pois Ele quer fazer-te um bem ainda maior por tua perseverança em permanecer com Ele na oração.
Creia, trabalhe e espere, o Senhor dará a coroa imperecível de glória aos que forem fiéis até o fim. Não desanime, insista pela oração. Quando você persevera e diz: Senhor a mim basta uma migalha, Ele dá a você o que tem de melhor.
Tome posse da promessa de Deus, no dia de hoje; creia, trabalhe e espere. Vença os obstáculos, persevere na oração e não desanime diante do silêncio do Senhor, de uma palavra de desânimo ou da espera. O Senhor não o abandonou! Peça a Ele com fé, porque o seu pedido é um retorno a Ele.
Alexandre Oliveira
Membro da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Débora Ferreira
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