Sorrindo pra vida - 13/06/2014

Dar sentido ao sofrimento

Mensagem do missionário Márcio Mendes, no programa “Sorrindo pra Vida”, da TV Canção Nova, desta sexta-feira, dia 13 de junho de 2014.

Em virtude de problemas técnicos, hoje, excepcionalmente, não disponibilizaremos o áudio do “Sorrindo pra Vida”.

A Palavra meditada, hoje, está em Eclesiástico 22,19-32:

“Tenha coragem e saia da prostração!”, exorta Márcio
Foto: Wesley Almeida/Arquivo Fotos CN

Se olharmos para a nossa história perceberemos que muitas pessoas passaram por ela. Há muitos anos atrás, pelo fato de morarem em tribos, as pessoas tinham um número restrito de parentes, amigos e conhecidos, por isso tinham contato a vida toda com eles. Naquele tempo, era importante manter um vínculo de amizade e cuidar dos relacionamentos, pois havia poucas pessoas e não ousavam criar contendas.

As pessoas mais sábias que conheço são aquelas que sofreram muito em sua vida. Há muitas pessoas que viveram uma experiência profunda e se tornaram marcantes para nós. Diante das provações somos capazes de crescer, mas há pessoas que não conseguem dar a volta por cima e levam uma vida frustrada. Todas as vezes em que somos impregnados pelo sofrimento devemos aprender a lidar com ele.

O sofrimento também pode nos impulsionar, mas devemos nos perguntar em que direção ele está nos levando. A direção está em nossas mãos. A dor pode nos levar a trilhar uma vida nova, mas também pode nos levar à alienação. O sofrimento mal vivido e enterrado de qualquer jeito pode nos levar ao desespero. Sofrer todos nós sofremos, mas ele não deve determinar quem somos.

Há sofrimentos que, bem vividos, nos levam à mudança e à alegria. Nossas escolhas, diante das tribulações, são apenas uma força que nos impelem, por vezes com brutalidade, por outras com mansidão. Não somos nós que escolhemos como a provação vem, mas existem coisas que não têm justificativa.

Existem fatos em que nos perguntamos: “Por que isto ou aquilo aconteceu comigo?” Quando a escolha é consciente, para fazermos algo, até entendemos, mas quando as escolhas estão “disfarçadas” pelo sofrimento, aí fica difícil.

Muitas vezes, nós não percebemos que a doença que se abateu sobre o nosso corpo e que nos causa sofrimento é fruto de uma vida desenfreada em algum vício no passado. Nesses casos houve, portanto, lá atrás, situações que dependeram de nossas más escolhas; por isso somos responsáveis pelos frutos que nós colhemos no presente.

Nós não podemos escolher o que se abate sobre nós, mas podemos escolher a direção a seguir. Muitas vezes, ao conversar com as pessoas sobre relacionamento faço esta crítica: infelizmente em nossas paróquias, os noivos não fazem um curso longo preparatório, fazem por vezes alguns encontros. Mas geralmente não existe a disposição, muitas vezes, nem dos próprios casais para fazer tais cursos. Estes casais poderão, no futuro, trocar este curso, que poderia ter sido melhor aproveitado, por um psicólogo.

Há casamentos que pelo fato de terem um filho especial terminam ou por passarem por uma situação financeira complicada. Em meio à dor devemos ser capazes de deixar de lado um sonho para superar alguma situação difícil.

Nem todas as pessoas estão preparadas para todos os tipos de sofrimento, mas existem outras que conseguem dar sentido à dor. Quem quer ir para o Céu precisa antecipar, aqui na terra, este Céu. Precisamos ser pessoas de Deus e nos ajudar mutuamente diante do sofrimento.

Márcio Mendes

Membro da Comunidade Canção Nova.

Transcrição e adaptação: Luana Oliveira