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A Palavra meditada, hoje, está em São João 12,20-36.
Meus irmãos, nós percebemos, nesse trecho, que João fala do desejo dos gregos – homens tementes a Deus – de conhecer Jesus. Eles iam para o templo adorar o Senhor e queriam fazer uma experiência com Ele, de vê-Lo curando e libertando as pessoas.
Não era apenas uma curiosidade, mas um desejo próprio do ser humano, pois há essa vontade no coração do homem de ver e contemplar o Senhor.
Os gregos aproximaram-se de André e Filipe e lhes disseram: Queremos ver Jesus. André e Filipe foram falar com Ele e Lhe disseram que havia um grupo de gregos querendo vê-Lo.
O interessante é que Jesus não respondeu ‘sim’ nem ‘não’, porque Seu foco era outro. Nessa hora, começou a dizer: Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Eu garanto a vocês: se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto. Quem tem apego à sua vida, vai perdê-la; quem despreza a sua vida, neste mundo, vai conservá-la para a vida eterna. Agora, estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim.
Jesus estava perturbado, mas, por Sua livre obediência, assumia a Sua cruz, pois sabia que havia vindo para esse mundo a fim de passar por esse momento. Pai, manifesta a glória do Seu nome!” Então, veio uma voz do céu: Eu manifestei a glória do meu nome, e vou manifestá-la de novo’.
O Catecismo da Igreja Católica explica no número 614: Este sacrifício de Cristo é único. Ele realiza e supera todos os sacrifícios. Ele é primeiro um próprio dom do Deus Pai: é o Pai que entrega seu Filho para reconciliar-nos consigo. É ao mesmo tempo oferenda do Filho de Deus feito homem, o qual, livremente e por amor, oferece sua vida a seu Pai pelo Espírito Santo, para reparar nossa desobediência.
É um dom do Pai e uma iniciativa do próprio Filho, pois Ele se dá como oferta livremente. O presente e a entrega. É como João mesmo diz: Deus amou o mundo e enviou Seu Filho único. Essa é a direção para nós na Semana Santa.
Na passagem, a multidão, que não entendia nada, falava: “Foi um anjo que falou com ele, mas Jesus disse: Essa voz não falou por causa de mim, mas por causa de vocês. Agora, é o julgamento deste mundo. O príncipe deste mundo vai ser expulso e, quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim. O evangelista vai dizer que Jesus falava dessa maneira para dizer como ia morrer.
Nós, quando crianças, estudamos sobre a lei do magnetismo: pólo Sul e pólo Norte. Sabemos também que pólos opostos se atraem e os iguais se repelem. Jesus diz que, quando for elevado, atrairá todos para Si, mas para que isso aconteça é preciso haver o pólo oposto; é exatamente isso que acontece na Semana Santa.
Quando o Filho de Deus for elevado, nós teremos de ser esse pólo diferente para que a atração aconteça, voltando nosso coração pecador ao Crucificado, porque é Ele quem nos dará a vida.
A grande tentação do inimigo, nessa Semana Santa, é fazer com que nos direcionemos a Deus para pedir a Ele que sejamos como deuses. Mas, ao contrário, temos de assumir nossas culpas e pecados. Nós nos aproximamos da cruz, porque o amor e a misericórdia do Senhor nos atraem, pois somos impuros, pecadores e fracos.
Deus, no Seu amor e misericórdia, nos atrai não porque somos bons, honestos e justos, mas porque somos pecadores. Nessa semana, aproxime-se da cruz com suas misérias, fraquezas, medos, sofrimentos e pecados; coloque-se pequeno, simples e humilde diante do Senhor.
Veja que, na Palavra, todos queriam ver Jesus, mas ela termina com Ele se encondendo de todos, porque sabe que haverá o momento certo para aparecer, com todo Seu amor e misericórdia, na cruz.
Vivamos com alegria essa Semana Santa, sabendo que vamos passar com o Senhor pelo Calvário, contemplá-Lo na cruz, morrer e, depois, ressuscitar com Ele. E quando olharmos para o sepúlcro vazio, vamos crer e explodir de alegria para celebrar a vitória de Jesus.
Somos nós que crucificamos Cristo com nossos pecados. Por isso, nessa semana, devemos pedir perdão a Ele e chorar os nossos pecados.
Não seja indiferente, viva o Tríduo Pascal. Volte-se para a cruz! Essa semana não é apenas mais um feriado, mas é a Semana Santa. Faça esse propósito no seu coração, viva-a com santidade.
Senhor, converta nosso coração. Dá-nos a graça de chorarmos nossos pecados, nossas fraquezas e misérias, porque nós O crucificamos. Dá-nos a graça, Senhor, de festejarmos a Sua Ressurreição e vivermos essa semana em santidade.
Alexandre Oliveira
Membro da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Débora Ferreira
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