Toma e lê!

Toma e lê!

“É eterna, Senhor vossa palavra, tão estável como o céu” (Sl 118,89) .

A palavra de Deus é a única verdade que subsiste para sempre. Todas as teorias passam, mas a verdade que sai da boca de Deus dura de geração em geração.

“Se em vossa lei não tivesse encontrado minhas delícias, já teria perecido em minha aflição” (Sl 118,92)

Nas horas mais difíceis da minha vida e nos momentos de grandes provas é a Palavra de Deus que tem me sustentado. Nunca me esqueço de como Jesus se referiu à grande tempestade, encobrindo com suas ondas gigantescas toda a barca onde Ele estava com seus discípulos. Como Ele estava dormindo, chamaram-no gritando: “Senhor, salva-nos, nós perecemos!” E Jesus pergunta: ‘Porque esse medo, gente de pouca fé?’ Então levantou-se, deu ordens aos ventos e ao mar e fez-se uma grande calmaria” (Mt 8,25-27)..

Nada pode deter a Palavra de Deus. Ela tem resistido ao tempo e aos desafios de cada época. Inimigos buscam destruí-la, mas a sua força e o seu poder nunca são abalados. O cético não tem como condena-la. O agnóstico não tem como ignora-la. O ateu não tem como destruí-la. ”Vi que há um termo em toda perfeição, mas vossa lei se estende sem limites” (Sl 118,96).

Santo Agostinho ensina: “Quando oramos, falamos com Deus. Mas quando lemos a Sua Palavra, é Ele que fala conosco”. Em seu livro “Confissões” ele partilha uma de suas experiências com a Sagrada Escritura. Um dia, indagando Deus, em lágrimas pergunta: “Até quando continuarás irritado? Não te lembres de nossas culpas passadas. Sentia-me preso ainda no passado, e por isso gritava desesperadamente: Por quanto tempo, por quanto tempo direi ainda, amanhã? Por que não agora? Por que não agora pôr fim a minha indignidade?. Eis que, de repente, ouço uma voz vinda da casa vizinha. Parecia de um menino ou uma menina repetindo continuamente uma canção: Toma e lê, toma e lê. Mudei de semblante e comecei com a máxima atenção a observa que se tratava de algumas cantilena que as crianças gostavam de repetir em seus jogos. Repremi o pranto e levantei-me. A única interpretação possível, para mim, era a de uma ordem divina para abrir o Livro e ler as primeiras palavras que encontrasse.
Tinha ouvido que Antão, assistido por acaso a uma leitura evangélica, sentiu um chamado, como se a passagem lida fosse pessoalmente dirigida a ele: Vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos céus. Depois vem e segue-me (Mt 19,21). E logo, através desta mensagem, converteu-se a Ti. Peguei-o, abri e li em silêncio o primeiro capítulo sobre o qual caiu o meu olhar: Não em orgias e bebedeiras, nem na devassidão e libertinagem, nem nas rixas e ciúmes. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não procureis satisfazer os desejos da carne (Rm 13,13). Não quis ler mais, nem era necessário. Mal terminara a leitura dessa frase, dissiparam-se em mim todas as trevas da dúvida, como se penetrasse no meu coração uma luz de certeza. Marcando a passagem, fechei o livro com o semblante tranqüilo”.

“Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho” (Sl 118,105). A força da Palavra precisa penetrar os nossos dias, iluminar as nossas escolhas. Para os santos ela dói “um diretor espiritual”, para nós, nos dias de hoje, não deve ser diferente. Toma e lê,essa é a palavra de ordem.

Mostrai-me, Senhor, o caminho de vossas leis, para que eu nele permaneça com fidelidade. Ensinai-me a observar a vossa lei a guarda-la de todo coração. Conduzi-me pelas sendas de vossas leis porque nelas estão minhas delícias. Inclinai-me o coração às vossas ordens” (Sl 118,33-36).

Luzia Santiago, Co-fundadora da Comunidade Canção

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