No mês dedicado às missões, Valéria Mendes, missionária que trabalha na frente de missão em São José dos Campos, testemunha à família Canção Nova seu chamado e doação à esta obra de evangelização
Foto: Arquivo Pessoal
“O caminho foi longo, Deus me esperou e hoje realizo o sim que tanto temia”, este é o slogan da minha vocação. Vocação é um chamado que vai acontecendo no ventre de nossa mãe, no nosso nascimento. Nasci dia 13 de outubro, um dia depois que celebramos a padroeira do Brasil e dia em que os católicos celebram a última aparição de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. Além disso, o mês de outubro é dedicado às missões.
Desde que iniciei na catequese, todos estes fatos cresciam em minha vida, principalmente pelo fato de ter nascido num berço católico e com o incentivo de minha mãe comecei a trilhar os caminhos de Deus.
Fiz minha primeira comunhão com padre Nicolau [falecido], um sacerdote e amigo, o qual levava as crianças para uma pequena chácara que tinha em Atibaia (SP) e nessa convivência nos ensinava a amar Jesus. E em muitos de nossos encontros, em eventos que a Igreja promovia, recordo-me que ele me abraçava e falava: “você é fiel, fiel…”. Depois iniciei minha caminhada como coroinha, onde servir o altar alegrava meu coração. Como coroinha, cada criança fazia uma parte na celebração e as senhoras ficavam a nos olhar para ver se estávamos fazendo tudo corretamente.
Após a crisma, veio o esfriamento. E na liberdade que o Senhor nos concede, me afastei, mas o bom filho sempre retorna, e assim aconteceu. Mesmo longe, nunca deixei de ir à Santa Missa aos domingos. A vida nos proporciona desafios, alegrias, dores, dificuldades e contratempos, sempre existe a necessidade de algo que nos preencha interiormente.
E nessa busca, minha tia Maria me apresentou a Renovação Carismática Católica (RCC), onde fiz minha experiência de oração. Havia visitado a Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP), com uma amiga, pois seus pais celebravam o aniversário de casamento em Aparecida (SP), cidade próxima à sede da Comunidade.
Naquela época tinha o “Domingo de Louvor”. Toda aquela simplicidade, desde a subida até chegarmos à chácara de Santa Cruz, as palavras de monsenhor Jonas sobre a segunda vinda de Jesus, palavras atingiam meu coração e ali tudo foi acontecendo. Identifiquei-me com o carisma. Adquiri várias fitas VHS com palestras que, sempre ao final de cada pregação, tinham uma música que tocava a alma. Tudo isso me alimentava. Tentava sintonizar a Rádio CN, pois cada palavra me trazia esperança para superar as dificuldades. E minha vida nunca mais foi a mesma.
Depois dessa visita em Cachoeira Paulista (SP), foi um reencontrar-se com Deus, retomei minha vida. Participei de uma reunião com minha mãe e por desígnios do Senhor, fui chamada por Ele a ser vice-coordenadora do Grupo de Oração. Além disso, assumi a missão de ser catequista. Passei a ter uma vida muito ativa na comunidade paroquial. Mesmo sem estar pronta, comecei a evangelizar.
No ano de 1999, terminei a faculdade, no mesmo ano em que a Canção Nova iniciou o Grupo de Oração, em São Paulo, na paróquia de Nossa Senhora da Salete, região norte na capital paulista. Comecei a participar e não parei mais.
Márcio Mendes, num recado ao término do Grupo de Oração, fez um convite aos que estavam presentes, para fazerem a experiência de um caminho vocacional para a Canção Nova. Quem o aceitasse, doaria um ano de sua vida, e aquele convite falou mais alto ao meu coração. Comecei este caminho, porém logo parei. Depois de um tempo, retomei e firmei, e assim foram 2 anos.
No início, tudo para mim era um loucura. Cresci com meu pai me dizendo que estas coisas eram “charlatanismo” e não foi fácil abrir meu coração para esta realidade, doar minha vida para que outras pessoas pudessem ter a experiência que tive. E no dia 03 de janeiro de 2003, ingressei na comunidade Canção Nova, um dia inesquecível. Deixar pai, mãe, família, sobrinhos, custou muito, mas era o chamado que me impulsionava a deixar tudo e seguir a vontade de Deus.
Trabalhei, primeiramente, no setor administrativo na Canção Nova. Um local onde muitos missionários não gostariam de estar, pois não se trata de uma evangelização direta, porém neste setor percebi o que existe por trás da evangelização. Para manter esse local temos água, impostos, aluguéis e tantas outras contas. E Deus me quis ali durante oito anos.
Esse trabalho me despertou a pensar na importância de um sócio do Clube da Evangelização. Como mencionei, meu reencontro deu-se por intermédio das pregações em fitas VHS. A contribuição do sócio mantém essa obra e faz com que muitas pessoas, como eu, sejam atingidas pela evangelização.
Monsenhor Jonas Abib, em nossos documentos, refere-se à sede da Comunidade como Centro Propulsor da Graça. Amados sócios, dirijo-me a vocês com a passagem de Jó 42, a qual o Senhor colocou em meu coração diante de toda a desconfiança que trazia em mim: “Reconheço que podes tudo e que para ti nenhum pensamento é oculto. Quem é esse que obscurece o meu Projeto sem nada entender? Pois eu falei, sem nada entender, de maravilhas que ultrapassam meu conhecimento. Eu te conhecia só por ouvir dizer, mas, agora, vejo-te com meus próprios olhos.”
Assim, termino dizendo a você, benfeitor dessa obra, ainda não conhecemos tudo o que Deus tem para fazer a partir do nosso pequeno ‘sim’ de cada dia. Quando nos abstemos de algo em favor da obra de Deus, o Senhor da obra, que não se cansa em Sua generosidade, manifesta-se de tantas maneiras em nosso favor.
Quando vejo as pessoas ajudando a Canção Nova, sempre me vem a pergunta ao coração, das quais convido você a refletir: Quanto alguém pagaria diante de um filho que foi evangelizado pelo Sistema Canção Nova de Comunicação e hoje deixou o vício das drogas? Quanto vale um casamento que foi restaurado pela Palavra de Deus? E uma família que voltou a sentar juntos nas refeições e rezar? Não tem preço! Seja um instrumento na vida daqueles que tanto precisam encontrar-se com Deus.
Seja um benfeitor dessa obra de Evangelização! Deus está com você e cuidará de Ti. Confie! Deus lhe pague hoje e sempre.
Valeria Mendes
Missionária da Comunidade Canção Nova
Frente de Missão São José dos Campos (SP)
