Sorrindo pra vida 23-01-07

Arrependimento sim, remorso não

Deus quer nos falar neste dia por meio do Evangelho de São Mateus 27,3-10.

“Judas, o traidor, vendo-o então condenado, tomado de remorsos, foi devolver aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: Pequei, entregando o sangue de um justo. Responderam-lhe: Que nos importa? Isto é lá contigo! Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se. Os príncipes dos sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram: Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado, porque se trata de preço de sangue. Depois de haverem deliberado, compraram com aquela soma o campo do Oleiro, para que ali se fizesse um cemitério de estrangeiros. Esta é a razão por que aquele terreno é chamado, ainda hoje, Campo de Sangue. Assim se cumpriu a profecia do profeta Jeremias: Eles receberam trinta moedas de prata, preço daquele cujo valor foi estimado pelos filhos de Israel; e deram-no pelo campo do Oleiro, como o Senhor me havia prescrito”.

Essa é a atitude que Judas tem, a de se enforcar, o olhar de Jesus misericordioso lhe causa remorso. Porém, quando Judas se arrepende, ele não se volta para o Senhor, mas para os príncipes dos sacerdotes. Judas se volta com arrogância, porque percebe que não poderia reparar o mal que havia causado. Com tal gesto, ele testemunha que Jesus era inocente.

Não podemos nunca nos desesperar, – e diante do perdão e da misericórdia do Senhor –, só precisamos confiar. Judas se arrepende, mas não se converte. O verdadeiro arrependimento nos leva para Deus. Judas, na verdade, sente remorso, e não arrependimento, ele se autocondenou.

O Justo é condenado à morte e salva toda a humanidade, o Justo pelo pecador.
Para que uma conversão seja verdadeira, é necessário um arrependimento verdadeiro e uma confiança inabalável na misericórdia de Deus.

Como está a nossa ação diante daqueles que pecam? Será que, muitas vezes, não fazemos como aqueles anciãos: não sendo misericordiosos com aqueles que pecam? Nós precisamos exercer a misericórdia com nossos irmãos e com nós mesmos. Precisamos nos perdoar, e acreditar na misericórdia de Deus, que nos alcança, independentemente do tamanho de nosso pecado. Deus é misericórdia. Mas, precisamos fazer nossa parte, a de nos perdoar, e aceitar o perdão de Deus. Não podemos ter a arrogância de achar que nosso pecado é muito maior que a misericórdia de Deus. Nosso pecado é uma gota no mar da misericórdia de Deus, temos de crer nisso.

Veja o quanto Deus nos fala nesta manhã, quantas pessoas estão morrendo aos poucos, por viverem presas aos seus erros do passado, e assim vão definhando. Este espírito de autocondenação precisa ser lançado fora, o remorso, que mata, não deve fazer parte da vida dos discípulos de Jesus, mas sim, o arrependimento, que nos leva a Deus. A solução é mergulhar na misericórdia assim como fez Pedro. É possível construir um presente novo. Quem quer recomeçar, precisa trazer isso no seu coração, tomando posse desta verdade: a misericórdia divina é maior, nosso passado não pode exercer nemhum poder sobre o nosso presente. Precisamos aprender que não podemos viver na escravidão do passado e que somos capazes de ser felizes. Deixemos o orgulho, o remorso e a arrogância de lado, renunciemos este “espírito de Judas” de autocondenação, para que sejamos livres em nome de Jesus!

O sangue do inocente Jesus derramou-se por todos nós, pelos justos e pelos injustos. Você é um discípulo de Jesus remido pelo amor e pela graça d’Ele. Confie na misericórdia divina, pois o seu pecado não é maior que Deus; e isso nos faz deixar os vícios e erros para assumirmos a misericórdia e a santidade, assumindo a vida nova em Cristo Jesus.

Padre Eliano Luiz Gonçalves
Fraternidade Javé Salvador


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