Entramos em dezembro com o espírito natalino contagiando todos os ambientes. Que neste tempo não sejamos envolvidos pela mentalidade de consumo, mas nos enchamos da luz de Cristo, com a caridade e a pobreza evangélica. Esta é a forma de recebermos muitas graças.
Tudo o que conquistamos nesta vida são meios, o fim é a vida plena com Deus. O menino Deus nasceu numa gruta vazia para nos trazer o verdadeiro sentido de pobreza. Ele veio nos ensinar que somente num coração despojado é que Deus pode fazer morada.
Tivemos a oportunidade neste ano, a cada mês, de irmos revelando um pouquinho mais da essência da Canção Nova; o que rege a nossa vida e o nosso carisma. Uma das bases mais fortes da nossa vivência nestes trinta anos de comunidade é o “viver da providência: nossa pobreza”.
Na Canção Nova temos a graça de experimentar as bem-aventuranças e suas promessas. Num mundo que luta para conquistar segurança econômica, Deus nos impulsiona a arriscar nossa vida no Evangelho: viver uma total dependência da providência amorosa do Pai. Nossa segurança é Ele.
Em cada situação confiamos: Deus proverá.
Como nos ensinou monsenhor Jonas: “Trabalhamos, e trabalhamos muito, mas a nossa segurança não está no fruto do nosso trabalho. A nossa aventura é investir-nos totalmente na implantação do Reino de Deus até que estabeleça a sua justiça, certos que as nossas necessidades serão supridas pelo Senhor”.
Nós temos uma história no decorrer destes anos, que nos dá a garantia de que podemos confiar. O Senhor é fiel! Esta é a nossa maneira de viver a pobreza, pobreza realmente evangélica. Contentamos com o necessário, na expectativa do Senhor que vem agradecido pelo que Deus nos dá hoje, sem termos que nos preocupar com o dia de amanhã.
Generosamente nos sujeitamos à lei comum do trabalho, vivendo assim a situação dos pobres que lutam duramente para ganhar o pão.
Sabemos, todavia, que o nosso sustento não é o fruto do nosso trabalho, mas o acréscimo que Deus nos dá generosamente.
Caminhando para o encerramento deste ano tão especial para nós, nossos trinta anos de história, dizemos como São Francisco: “Senhor, até hoje não fizemos nada, queremos fazer tudo de novo”. Queremos como José e Maria abraçar a nossa pobreza, para que o menino Deus nasça no coração de milhões de pessoas.
Com Maria, José e os pastores, com os Magos e a multidão inumerável de humildes adoradores do Menino recém-nascido que, ao longo dos séculos, acolheram o mistério do Natal, também nós, deixemos que a luz deste dia se propague em todo lugar; entre nos nossos corações, ilumine e aqueça as nossas casas, traga serenidade e esperança às nossas cidades e dê paz ao mundo. Que o Menino Jesus, com sua luz, dissipe todas as trevas da nossa vida, e nos encha de amor e de paz. O Senhor, que fez resplandecer em Cristo a sua face misericordiosa, nos sacie com a sua felicidade e nos torne mensageiros da sua bondade.
Feliz Natal!
Luzia Santiago
Co-fundadora da Comunidade Canção Nova
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