Testemunho 12-03-07

Testemunho 12-03-07

.: Ouça trecho do Testemunho de Nilza Santos

Nilza Santos da Silva
25 anos, Ilha de Itamaracá, Pernambuco, eu venho de uma família em que o amor era a base de nossas ações, éramos seis filhos, meu pai e minha mãe. Vivíamos o amor concreto em nossas ações, minha família era muito unida e a gente vivia numa alegria constante.

Eu na minha inocência de 16 anos, não entendia o porquê da minha mãe abandonar meu pai, sendo que nós vivíamos em um ambiente tão amoroso, nesta época só morava em minha casa, minha mãe, meu pai, meu irmão Rodolfo, eu e meu irmão Alexandre.

Por causa do meu pai que tinha o problema de alcolismo, minha mãe chegou pra mim e me disse: “Nilza, eu vou deixar vocês, e vou sair de casa e morar com outro homem”. Aquilo foi um impacto pra mim, porque eu tinha apenas dezesseis anos, e eu não sabia fazer absolutamente nada, não sabia cozinhar, lavar ou passar, nada, porque eu só estudava.
Quando eu cheguei da escola, e só encontrei meu irmão chorando, meu pai em desespero, estava do lado de fora e chorava muito. Meu irmão me disse: “Nilza a mãe nos abandonou, ela saiu de casa. Aquilo foi um choque tão grande, porque toda aquela experiência de ter um lar feliz de ter pai e mãe, de ter carinho de mãe, então não tinha mais, minha mãe tinha me abandonado.
E naquele momento que eu vi que minha mãe tinha saído de casa, para morar com outro homem, a vergonha foi tão grande, que eu e meu irmão resolvemos que, mataríamos a nossa mãe do nosso coração, e apartir daquele momento não a chamaríamos de mãe, porque a mãe que ama, não abandona seus filhos, ela não sabe a dor que o filho sente.
E com dezesseis anos eu tive que agir como mãe de família, eu era mãe do meu irmão de oito anos, onde eu tinha que cozinhar, tinha que fazer todos os serviços domésticos, e tinha que estudar, eu tinha que ser dona de casa, e muitas vezes eu me desesperava com situações que eu não sabia o que fazer.

Então ela saiu de casa para morar com um homem, chamado Bebel, e meu pai o nome dele é Lourenço, mas o pessoal chama ele de Duda, então a vizinhança começou a cantar uma música que me ofendia muito, quando eu saia de casa eles cantavam assim: “ Passei por São Pedro, tirei meu chapéu, Duda (Que é o meu pai) perdeu a mulher pro amigo Bebel.

Aquilo nos feria profundamente, aquilo ia lá ao intimo do nosso coração, e nos fazia sentir, as piores pessoas do mundo.

Então decidimos que não iríamos sair de casa, não íamos para a escola, passamos muita, muita fome, porque meu pai chegou a enlouquecer e saiu do emprego, porque minha mãe tinha deixado ele. Então durante aquele mês eu não fui para a escola, e quando chegou ao final do ano, fiquei de recuperação em uma matéria, então eu não admitia isso, porque eu era uma aluna boa, então eu tentei o suicídio, cortando o meu pulso, cheguei a perder muito sangue, mas graças a Deus eu não morri, pois Deus sabia o que tinha preparado para mim.
.: Ouça trecho do testemunho da Nilza

Então eu comecei a me estragar na vida, eu não tinha quem cuidasse de mim, meu pai estava desestruturado, não tinha mais cabeça para pensar em nada, ele só pensava na minha mãe e chorava. Então comecei a viver aquilo que minha mãe me proibia, comecei a beber cerveja, cachaça, vinho, vodka wisk, vários tipo de bebidas, comecei a ter namoros não santo, sexualidade desregrada, afetividade muito machucada, então comecei a me dar aos prazeres que o mundo me oferecia, saía para as festas,em bailes, convivências não santas com minhas amigas, em shows que não me levavam em nada para Deus, e vivi tudo isso, até os meus dezoito anos de idade.

Eu queria a presença de mãe e não tinha, daí comecei a querer realmente a encontrar com minha mãe outra vez, mas não tinha coragem de perdoá-la, eu não tinha coragem de pedir a benção, pois eu estava muito machucada.

No mês de maio, mês de Nossa Senhora, foi quando eu senti, ela tocando na minha vida, eu estava rezando o terço, já rezava, mas ainda não tinha tido meu encontro pessoal com Cristo. E Nossa Senhora me fez entender que eu tinha que perdoar minha mãe, mas eu não sabia como.
então eu fui para uma festa e bebi muito, pra eu ter coragem de falar com a minha mãe, eu fui pra casa dela, porque ela já estava morando com outro homem, eu entrei no quarto que ela estava, e me ajoelhei aos pés dela, e comecei a chorar, e pedir perdão, eu disse que eu tinha matado ela no meu coração, pedi que ela voltasse, e que Nossa Senhora queria que ela voltasse pra casa, ela me abraçou e chorou muito e me disse: Nilza pra sua casa eu não volto, mas eu também quero deixar este homem com quem eu estou morando, eu volto, mas pra casa da sua irmã, a Denise.
Áudio: volta da mãe

Em maio de 2000 eu conheci o Rogério, que me apresentou a Renovação Carismática e me apresentou a Cristo, dia 25 de maio de 2000.
Ele me convidou para ir a um encontro da Renovação, e eu não queria ir para esse encontro, eu não acreditava que Deus amava as pessoas, mas chegando ao encontro, quando eu coloquei meus pés, uma senhora, a Maria Lucia me disse: “Seja bem vinda, Deus te ama muito”, aquilo no meu coração, foi muito forte, mas eu entrei com o sentimento de que aquilo era besteira, que era insignificante aquela frase pra mim, porque se Deus me amasse mesmo, ele não teria permitido que minha mãe saísse de casa.

Ali, naquele retiro eu me encontrei com Deus, eu vivi o meu batismo no Espírito Santo, então comecei a orar em línguas, aquilo pra mim era incrível foi o ponto auge do encontro. Então naquele dia eu me decidi ser uma mulher alegre para Deus, e quando eu cheguei em casa eu queria passar aquela alegria para meu pai, então eu coloquei meus joelhos no chão, e disse: Deus a partir de hoje eu vou rezar para que minha mãe e meu pai, para que eles sejam bons amigos. E depois de vários anos de oração e joelho no chão, Deus me prometia que iria restituir minha família. E hoje para honra e gloria de Deus, meu pai é o melhor amigo da minha mãe e minha mãe melhor amiga do meu pai, meu pai deu um terreno para minha mãe, e eles moram hoje em sadia convivência, eles vivem como irmãos.

Um momento de graça na minha vida, foi ter conhecido a Canção Nova. Em 2004 eu estava indo para um encontro na Canção Nova em Gravatá, PE, então eu ainda era uma jovem cheia de mascaras, e quando eu cheguei no encontro, eu me lembro muito bem o tema do encontro era, jovem tire suas mascaras, eu já era da renovação, já tinha tido meu encontro com Cristo, mas no entanto eu ainda vivia coisas que não eram certas viver, eu era uma jovem mascarada, eu pregava aquilo que eu não vivia. Aquele encontro na Canção Nova foi um impacto para mim, porque quando eu vi o tema do encontro jovem tire suas mascaras, minha primeira reação foi: Eu vou embora daqui. A santidade dos consagrados era forte demais pra mim, então eu peguei minhas bolsas e quis ir embora, eu cheguei na frente do padre Roger Araujo e falei: padre a sua benção, eu estou indo embora, ele sorriu pra mim, traçou o sinal da cruz na minha testa, e falou: “Deus abençoe minha filha”.
Aquela benção me fez voltar para o alojamento, quando eu cheguei no alojamento eu deitei, e me acordei no outro dia, no sábado de carnaval, e me decidi que eu ficaria ali, pois aquela benção sacerdotal, foi muito importante. Então eu fiquei e naquele encontro eu pude perceber quantas mascaras eu tinha, eu fui desapegando e me transformando em nova mulher, e naquele encontro eu me decidi ser uma jovem sem mascara, uma jovem santa, uma jovem limpa, eu acabei o meu namoro, eu queria ser uma jovem de Deus, mas eu não sabia que aquele meu sim naquele momento me levaria a querer viver uma vida de consagrada, a deixar meu pai e minha mãe, e não imaginei que aquele meu sim me levaria a conhecer a Canção Nova tão profundamente, e hoje Ele me trouxe aqui para a Canção Nova.