Testemunho

O testemunho de um jovem sobre a vida sexual

Professor Felipe Aquino recebeu um edificante testemunho de um jovem chamado Kássio, que o autorizou a publicá-lo.

.: Ouça este testemunho narrado pelo professor Felipe

“Me chamo Kássio, sou do Rio de Janeiro, tenho 25 anos, casado, 2 filhos (João e Giovanna), membro de núcleo de Grupo de Oração.
Envio ao senhor meu testemunho sobre o artigo “Minha namorada quer transar”.

Conheci minha esposa há oito anos. Quando começamos a namorar percebemos que nossa história seria escrita por Deus. Antes de conhecê-la (uma semana antes) eu estava em discernimento para ir para o seminário, e pedi a Deus uma resposta: Se não fosse para ir para o seminário, que eu conhecesse alguém. No lado oposto, não me recordo se no mesmo dia, apenas sei que na mesma semana minha futura esposa estava pedindo, no dia de Corpus Christi, diante do Santíssimo, na Canção Nova, uma pessoa que a completaria.

Pois bem, no dia 24/06/2000 nos conhecemos e percebemos que morávamos no mesmo bairro; conhecíamos as mesmas pessoas, frequentávamos a mesma paróquia, mas nunca havíamos nos encontrado. Quatro dias depois começamos a namorar.

Pouco depois vieram os problemas. Percebemos que tanto eu quanto ela tínhamos carências sexuais e enveredamos por uma batalha. Eu, criado para ser macho (e não homem), me masturbava diariamente. Ela tinha carências afetivas e muitos outros problemas. O fato é que acabamos perdendo a virgindade juntos. No início gostamos, pois ambos éramos virgens e nos “amávamos”, mas depois perdemos o controle, todo dia era dia, toda hora era hora. Logo em seguida eu comecei a caminhar no ministério de jovens (Secretaria Marcos) e ela também era da Igreja e da Renovação. Éramos como que casal modelo da paróquia, o padre nos conhecia, estávamos em todos os grandes encontros, acampávamos na Canção Nova. Era somente externo.

Resolvi mudar: disse que não queria mais [ter relações sexuais] até casarmos, mas ela não aceitou, brigávamos muito e toda vez que estava fraco nós transávamos; mas logo depois vinha o arrependimento e ela não aceitava. Ficamos assim três anos, até que, numa dessas nossas vaciladas, ela engravidou. O senhor pode imaginar os problemas que tivemos? Eu tinha acabado de passar para a EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica), pertinho do senhor em Guaratinguetá-SP, e ela passado na UERJ para Geografia. Ela não pôde ir, pois o curso era integral e eu tive que ir escondido (o senhor como ex-cadete sabe da pressão).

Meus planos de me formar sargento e depois fazer prova para AFA – Academia da Força Aérea (Meus pais não tinham condições de bancar meus estudos) tinham acabado e o dela de fazer Geografia numa universidade pública também. Tive que ir para Guará e deixar minha esposa (casamos somente no religioso, escondidos).

Fomos praticamente expulsos da Igreja, poucos amigos nos restaram, ela foi posta para fora de casa e meus pais a culpavam por ela ter estragado tudo. Foi um ano e meio de curso, eu vinha somente de quinze em quinze dias, não aproveitei a gravidez e o nascimento de João Pedro, brigávamos muito, pois éramos imaturos e meus pais dificultavam muito para a gente. Quase nos separamos. Mas Deus não nos abandonou, conheci, em Guará, um capelão, Frei José Carlos, que me apoiou e foi meu ombro amigo. Comecei a trabalhar com ele e a tocar nas missas e encontros dos alunos.

Depois de muita luta me formei; foi um alívio. João Pedro foi a graça de Deus. Percebi que Deus pega aquilo que fazemos de errado e transforma em graça. Bênçãos… Para encurtar, depois de dois anos de formado encontramos nosso apoio, voltamos a trabalhar na Igreja, mas em outra paróquia. Sou do ministério de música e membro do núcleo e ela professora de Catecismo; já estamos engajados há três anos. Agora tivemos outra filha: Giovanna (que significa “Graça de Deus”). Me formei em matemática e ela em geografia, mas ainda moramos com meus pais e passamos por situações de muita dificuldade, pois para conseguir nos formar abrimos mãos de muitas coisas.

Sabe, professor, hoje nós sabemos que nosso amor foi feito por Deus e que também podíamos ter feito tudo com mais calma; não precisávamos passar por nada disso, comemos o “pão que o diabo amassou”. Depois disso dou meu testemunho de vida para todos toda vez que prego ou canto. Por isso, lá em cima, quando me apresentei coloquei que era membro de Grupo de Oração, para mostrar a graça que Deus me deu. Deus me tirou do fundo poço, do deserto, do inferno e me libertou, mas tenho plena certeza que eu me coloquei lá. Não culpo minha esposa, na verdade, não nos culpamos, apenas damos testemunho para que muitos jovens hoje possam entender que lugar do sexo é no casamento, na intimidade do leito. Hoje o sexo é algo que nos completa, não é o principal, e sim, complemento do nosso amor.

Quando minha esposa teve nosso segundo filho ela quase faleceu, ali eu pude perceber que o sexo não era o principal, pois ela ficou de cama vinte dias, depois ficou mais trinta de resguardo. Eu cuidava dela, da neném, do João. Percebi o quanto ela é importante para mim e o quanto a presença dela é importante, e não o sexo com ela. Quando vi 5 médicos em cima dela eu só a queria de volta, para abraça-la, cuidar dela, em nenhum momento pensei em sexo. E o senhor sabe que depois de tudo até o sexo ficou melhor? Descobri depois de oito anos de vida sexual com ela o que realmente é a relação conjugal que Deus colocou no casamento.

Por isso divulgue, professor, a castidade, não a malhação, a novela, e sim, a Jesus. Eu não a vivi (no namoro), mas sei que castidade vale a pena.

Um abraço,

A paz de Cristo!”

Kássio