Testemunho de Eliana Ribeiro e

nulo

Quinta-feira de Adoração
Pregação: Eliana Ribeiro e Fábio Roniel

Nós noivamos e casamos no ano passado, mas antes de continuarmos nossa conversa gostaria que você abrisse a Bíblia no Evangelho de João 15,14: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”.

Escolhi esta leitura por causa da homilia do nosso novo Papa na Missa de abertura do Conclave, onde ele fala da amizade de Jesus para conosco:

‘Vamos agora ao Evangelho, o qual desejo destacar somente duas pequenas observações. O Senhor que diz estas maravilhosas palavras: “Já não vos chamo mais servos… mas vos chamo amigos” (Jo 15,15), que doa a Sua amizade. Tantas vezes sentimo-nos ser – na verdade – apenas servos inúteis (cf. Lc 17,10). E não obstante, o Senhor que chama amigos, que faz-se vossos amigos, que doa a Sua amizade. O Senhor define amizade de duas formas. Não existem segredos entre amigos: Cristo nos diz tudo que escuta do Pai. Que dom é a sua plena confiança e, com a confiança, também a consciência. O que a Sua face revela, é o Seu coração. Que mostra a Sua ternura por nós, o Seu amor apaixonado que vai até as conseqüências da cruz. Que confia em nós, que dá a autoridade de falarmos como Ele: “isto é o meu corpo…”, “eu te absolvo…”. Confia o Seu corpo, a Igreja a nós. Confia à nossa débil mente e às nossas debilitadas mãos a Sua verdade: o mistério de Deus Pai, Filho e Espírito Santo; o mistério de Deus que “amou tanto o mundo que deu Seu Filho Unigênito” (Jo 3,16). Ele nos fez Seus amigos; e nós, como respondemos?

O segundo elemento, o qual Jesus define a amizade, é a comunhão da vontade. “Idem velle – idem nolle” era a definição de amizade para os romanos. “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando” (Jo 15,14). A amizade com Cristo coincide com o quanto se exprime o terceiro pedido do Pai Nosso: “Seja feita a Vossa vontade assim na terra como no céu”. Na hora do Getsêmani, Jesus transformou a nossa vontade humana rebelde em vontade conforme a unidade divina. Ele sofreu todo o drama da nossa autonomia, carregando sobre si nossa vontade e entregando-se nas mãos de Deus, como dom da verdadeira liberdade: “Que seja feita a Tua vontade, e não a minha (Mt 21,39). Nesta comunhão de vontade se realiza a nossa redenção; ser amigo de Jesus, torna-se amigo de Deus. Quanto mais amamos Jesus, quanto mais O conhecemos, tanto mais cresce a nossa verdadeira liberdade, cresce a alegria de estar salvo. Obrigado, Jesus, pela Tua amizade!’

Olha que bonito! Nosso Papa agradece a Jesus pela amizade dele para conosco. Ele continua dizendo: “A única coisa que permanece eternamente é a alma humana, o homem criado por Deus para a eternidade. O fruto que permanece, portanto, é aquele que foi semeado na alma humana: o amor, a amizade, os gestos capazes de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria do Senhor. Agora andamos e rezamos ao Senhor, para que Ele nos ajude a produzir fruto, um fruto que permaneça. Somente assim a terra será mudada de vale de lágrimas para um jardim de Deus”.

Assim que eu o Fábio casamos, o Eto, administrador da Canção Nova, nos chamou na sala dele, e ele estava muito preocupado porque viu o Fábio, meu esposo de bengala. Eto, então nos disse: “Eu pensei em vocês para ir para a missão Canção Nova de Portugal, pois lá o pessoal está pedindo vocês pra pregarem, divulgarem o trabalho missionário, mas como o Fábio está doente, gostaria que vocês me dessem outros nomes para irem no lugar de vocês”.

Fábio: Em 2002, tive uma fratura no femo por causa de um acidente. Eu disse ao Eto que sentia muita dor, mas iria porque esta é uma obra de Deus, e Ele iria cuidar de mim lá. Eu dizia a Eliana que era Nossa Senhora quem estava nos levando para lá.

Eliana: Quando chegamos lá já fomos convidados para animar um assembléia, que para eles lá é como se fosse um acampamento. Tentava animá-los com músicas mais agitadas daqui do Brasil, mas eles não correspondiam. Fiquei desesperada (risos), e então disse para eles se sentarem, já que o jeito deles lá era diferente. Mas, então, me veio a inspiração de cantar a música que compus para o meu pai e chorei muito. Uma amiga me explicou depois que lá naquele ambiente havia muitas autoridades que tinham sido convidadas. Eu disse: “Meu Deus, olha só onde já estávamos…”

Noutra ocasião fomos a outro evento, onde começamos a cantar aquela música da Salette “eu preciso ser amado, e amar ser perdoado…” E uma senhora veio até o Fábio e nos pediu para parar de cantar, dizendo que estava muito barulho. Foi difícil, mas não pensamos em voltar atrás, isso nos impulsionava a continuar. Mas é como no Brasil, nem todos se dispõem a encontrar Jesus. É um desafio.

Um dia eu estava pregando e entraram 2 jovens na Igreja, e um deles veio falar comigo para dar um testemunho no final. Ele me disse que havia chegado lá há uns três anos atrás, e que na época ele usava drogas, e alguém deu para ele uma fita de pregação com um testemunho que o ajudou a sair das drogas e me ver cantando naquele dia deu a ele a certeza de que eu era moça que dava o testemunho naquela palestra.

Em algumas missões o Fábio não podia ir comigo por causa das dores dele. Eu dizia para ele olhar para João Paulo II. Ele dormia, mas eu não. Eu ficava rezando por ele. E foi assim, foram muitas experiências que nós vivemos.

Eliana: O Fábio sentia muitas dores por causa do frio, ele foi ao médico e foi constatado que o quadro dele era bem delicado.
Diante disso, recebemos a resposta que voltaríamos para o Brasil. E nos últimos dias, eu estava num concerto cantando e o Fábio nem pôde estar comigo, porque sentia muitas dores. E a partir desse concerto, cantando com aquele povo, vi como o povo português marcou a nossa vida.

Fábio: Eliana rezava muito por mim a Nossa Senhora pedindo que Ela me ensinasse a viver aquela situação de dor intensa na perna. E uma vez, numa noite, sentado na cama, com muita dor e sem sono, eu comecei a cantarolar uma melodia e fiz uma música para Nossa Senhora dizendo tudo aquilo que foi experiência que Ela mesma me ensinou a viver lá nesse tempo em Portugal. ( Fábio e Eliana cantam a música )

Eliana: Oh, Maria me ensina a viver assim como filha, e em Deus, tudo esperar. Nós fomos até aquela terra (Portugal) e semeamos entre lágrimas, na dor, mas com uma alegria Pascal , que permanece em nós. Agora estamos de volta ao Brasil, Cachoeira Paulista. O Fábio não foi curado, mas não fomos para lá para ser curados, mas para sermos de Deus.

Fábio: A maior cura foi a do nosso coração e da visão de saber enxergar o sofrimento, da cegueira que nos impedia de oferecer o nosso sofrimento. Descobrimos o ‘para que’ da nossa missão.

Eliana: Uma grande experiência foi o último encontro de jovens que participamos lá. Foi muito marcante para mim. No final do grupo, eu ficava olhando a experiência que os jovens estavam tendo com Deus. E daí eu falei para eles chorando de gratidão a Deus por contemplar a graça d’Ele sendo derramada sobre eles: ‘Olha, estamos voltando para o Brasil, mas a minha vontade era ficar aqui para continuar dando a minha vida pelos jovens europeus, de Portugal. Gostaria que vocês fossem a minha voz aqui em Portugal, continuassem esse encontro, levassem em frente para outros jovens. Melhor, não seja a voz da Eliana Ribeiro, seja a voz do Padre Jonas Abib, da Canção Nova.

Irmãos, façam a vontade de Deus. Se for para você sofrer, sofra com Jesus. Ele vai te ajudar. Coloque Deus em primeiro lugar e Ele vai te surpreender. Você vai ver!

Transcrição: Maurício Rebouças e Tatiane Bastos