Dia da Mulher

Falar da mulher é falar de Maria

Maria apareceu em muitos lugares: Lourdes, Fátima, La Salette… Mas, no Brasil, o Senhor quis que ela “aparecesse” por uma imagem. A imagem é uma representação plástica, uma linguagem visual. O importante é que a imagem seja autêntica, isto é, que transmita a mensagem que Nossa Senhora traz.

Hoje, ainda é grande o número de analfabetos. Todos, porém, precisam de imagens que lhes falem fortemente. A imagem evangelizadora que Deus usou no Brasil foi a tão simples e pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida. Na sua humildade, Maria se coloca sempre pequena. Por isso, Deus a fez grande. Realizou nela maravilhas. Ela é a pobre do Senhor. Daí, Maria pôde profetizar: “todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. É isso o que diz seu cântico.

Não houve no mundo eficácia como a de Maria. Ela gerou no seu ventre e deu ao mundo o Salvador. Ela trouxe a salvação a toda humanidade. Maria tudo realizou na humildade. Não encontramos na Bíblia alguém mais pobre e humilde de coração. Justamente porque foi a mais pobre, a mais humilde, a mais simples, é que Deus fez dela a maior maravilha: o ponto de ligação entre a terra e o Céu. A humildade não é sinônimo de ineficiência. As pessoas pensam que os humildes são ineficientes. Não! Os orgulhosos, os vaidosos, os auto-suficientes fazem estardalhaço. São iguais ao bumbo: faz um barulhão, mas é vazio.

Deus fala para todas a mulheres do Brasil e para você, em especial, pela pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida. A linguagem de Deus é a pequena imagem colhida no Rio Paraíba. O segredo da eficácia está na humildade! Você quer alguém mais eficaz do que Maria? Ela trouxe o Salvador e a salvação a este mundo: que é a essência. Precisamos aprender essa eficácia com Maria.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida mostra-se toda de cor negra, por causa do material a qual foi feita. Foi, justamente, na época da escravidão, que colheram essa imagem no rio. Os fatos nos mostram Maria se identificando com os pobres mais pobres: os escravos. Ela se faz o que proclamou de si mesma: “Eu sou a serva do Senhor. Aconteça-me segundo a tua palavra!” (Lc 1,38). Este termo “servo” era usado para denominar aquele que era escravo: que não gozava de liberdade. A escrava do Senhor se identificou com os escravos do Brasil. Ela se identifica com os escravos de todos os gêneros. Sei que é ousadia, mas, hoje, Deus nos identifica com Maria. O que Maria foi para o mundo, Deus quer que sejamos agora para o nosso povo: canais do Espírito Santo. Maria concebeu pelo poder do Espírito Santo e estava repleta do Espírito, porque era humilde.

A principal característica do humilde é ser esvaziado. O Senhor quer fazer o mesmo conosco. Se realmente nos diminuirmos, se formos humildes e pobres como Maria, vamos conceber por obra do Espírito Santo e dar à nossa casa e a este Brasil, o Salvador Jesus. Esse é o plano completo do Senhor: que humildes, sejamos cheios do Espírito Santo. Esse é o único jeito de não sermos os operários maus. É preciso nos esvaziar e pedir ao Senhor: “Senhor esvazia-me! Retira de mim toda auto-suficiência, ‘o confiar só em mim mesmo’, toda presunção, todo o sentimento de que ‘sou o maior’, o poderoso, ‘eu que realizo’, ‘eu que faço’, ‘sou o melhor’, ‘o mais eficiente’, ‘aquele que sempre dá um jeito para tudo e que se não estiver a coisa não caminha’. Retira, Senhor! Eu quero ser realmente humilde. Esvazia-me de mim mesmo! Eu quero ser um homem novo, uma mulher nova do jeito de Maria”.

Padre Jonas Abib