Prof. Felipe Aquino

Confiar em Deus na tribulação

No fim de sua vida São João Paulo II disse: “Quanto mais sofremos, tanto mais precisamos rezar”. Diante dos problemas da alma, que são as nossas tribulações, como doenças, depressão, morte, insegurança, medo, problemas familiares e financeiros, e outros tantos males, precisamos ter sempre uma “atitude de fé” para vencê-las.

É na oração que nos refugiamos e encontramos forças em Deus. Ele sabe tudo o que passamos e sabe que, de alguma forma, o é para o nosso bem. Por isso São Paulo afirma que “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28) e que devemos “dar graças a Deus em todas as circunstâncias” (1 Ts 5,17). Não pelo mal em si, mas pelo bem que Deus sabe tirar do mal.

A fé vem em nosso socorro; Deus nos ama e “Cristo Ressuscitado caminha conosco”: “Eis que Eu estou convosco todos os dias […]” (Mt 28,20). A Palavra de Deus nos dá forças para enfrentarmos as tormentas da vida. São Paulo ressalta: “Tudo posso n’Aquele que me fortalece” (Fl 4, 13).

Diante da tribulação não podemos desanimar nem nos desesperar; pois é exatamente isso que o demônio quer. O cristão luta com esperança, porque sabe que Deus está vendo tudo e comandando tudo, mesmo nas nossas tribulações. E elas não são vazias, têm valor. São Paulo afirma: “A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável. Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem. Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas” (2 Cor 4, 17).

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Só podemos vencer as tribulações, com a esperança da vida eterna, em Deus. O apóstolo dos gentios também diz: “Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência (Rm 5, 3). O sofrimento dá os seus frutos de salvação. “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?” (Rm 8, 35)

“Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Rm 12, 12). São Tiago também enaltece o valor da tribulação: “Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1, 12). E São Pedro confirma dizendo: “Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária” (1 Pd 4, 12).

O apóstolo dos gentios nos dá um grande consolo na tribulação: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e saírdes dela (1 Cor 10, 13).

O salmista é aquele homem de fé que se abandona nas mãos de Deus na tribulação e sabe que, com o Altíssimo, a vencerá. Medite essas palavras na hora das provações e confie em Deus:

“São muitas as provações dos justos, mas de todas as livra o Senhor” (Sl 33,20).

“Invoca-me nos dias de tribulação, e eu te livrarei e me darás glória. (Sl 49, 15)

“Eu, porém, cantarei vosso poder, e desde o amanhecer celebrarei vossa bondade. Porque vós sois o meu amparo, um refúgio no dia da tribulação” (Sl 58, 17).

Professor Felipe Aquino
Pregador e escritor católico e apresentador do programa “Escola da Fé” da TVCN