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O povo angolano desfruta de quase uma década de paz em seu país, que já viveu um longo período de guerra civil entre os anos de 1975 a 2002 . Vitoria Agostinho Sebastião, que vive na capital angolana de Luanda, veio junto com o grupo que visita pela segunda vez a comunidade fundada pelo monsenhor Jonas Abib. Ela nos conta que foi vítima direta desses conflitos, indo parar na prisão: Foi uma experiência dolorosa, quando estamos com dor, achamos que ela nunca vai passar. Na guerra essa realidade é bem viva. Porém, hoje já contemplo a alegria, sobre a qual diz o Salmo: ‘À ida vai-se a chorar, carregando e espalhando as sementes;no regresso, canta-se de alegria, transportando os feixes de espigas…’. Passei por muitos momentos tristes, houve mortes, separação de famílias… Mas os que se mantiveram firmes na fé foram sustentados por ela. Tivemos a ajuda direta da Igreja, que se colocava como mediadora.
A angolana também testemunha um momento de reconciliação que viveu com um parente próximo após 17 anos de distanciamento, diante de uma situação difícil ocorrida durante a guerra: Meu tio se envolveu na política naquele período, muitas pessoas, inclusive eu, fizeram a opção de não nos envolvermos nessas questões, por isso ele se voltou contra alguns de nós e acabei indo para a prisão. Fiquei lá por um tempo, o que me trouxe muito sofrimento. Mas a guerra acabou, graças a Deus, e era preciso dar um passo de reconciliação, não foi fácil perdoar, mas, em Deus, precisei fazer esse percurso e assim o fiz. É preciso perdoar àqueles que nos fazem mal”.
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Dando continuação a esse testemunho ela nos relatou que, após o momento de reconciliação, seu tio veio a falecer. Ela recorda que era dia 5 de maio e por isso ainda cantou para ele um hino a Virgem Maria. Vitória afirma que tudo aconteceu pelas mãos de Nossa Senhora
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Com a sua alegria contagiante ela ainda nos deixa uma mensagem: “Acreditem que Deus está vivo e que Nossa Senhora nos acompanha sempre em todos os momentos. Que todos tenham essa força em seus corações!”
Nota: A guerra terminou oficialmente em 2002, com a morte de Jonas Savimbi. O conflito resultou em cerca de 500 mil mortos, sendo umas das guerras mais prolongadas da Guerra Fria. Tanto a União Soviética como os Estados Unidos consideravam esse conflito crítico para o equilíbrio de poder entre ambos.
Assista ao vídeo do momento de louvor realizado pelos angolanos na Chácara de Santa Cruz.
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