INTERNET SEGURA - MÁRCIA CÔRREA

A internet como instrumento de união

A internet deve promover o diálogo entre pais e filhos e não o isolamento.

Assim como na educação de nossos filhos não adianta dizer o “não” pelo “não” sem dizer o porquê, é importante deixar um caminho aberto ao diálogo e criar neles a consciência crítica. Como nos diz o Cardeal Dom Cláudio Hummes: “É preciso fazer pontes e não muros”.

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Em nossa casa, desde que nossos filhos eram pequenos, quisemos educá-los criando neles a consciência crítica. Quando eram pequenos nós usávamos a expressão: “Isto é de Deus? Este filme, este jogo e este programa de TV são de Deus?” Queríamos que eles criassem critérios para conseguir discernir a respeito de coisas pequenas a princípio, para que, com o passar do tempo ou quando estivessem longe de nossos olhos, já tivessem valores internalizados sobre o que é bom, justo e verdadeiro diante de Deus e dos homens.

De 30 de maio a 3 de junho de 2012, eu tive a graça de estar junto com meu esposo, diácono Nelsinho Corrêa, e mais uma delegação de membros da Comunidade Canção Nova no “VI Encontro Mundial das Famílias” em Milão, na Itália. Esse encontro reuniu famílias do mundo inteiro e contou com a presença do Papa emérito Bento XVI.

Nele pudemos meditar sobre o lema: “Família: o trabalho e a festa”. Uma das palestras teve como tema: “Família e comunicação global, a necessidade de uma troca de relacionamentos”, no qual recebemos uma cartilha com conselhos para navegar pela rede mundial de computadores. Agora eu os passo a você com a intenção de ajudá-lo nesta realidade de hoje que é ter a internet dentro de casa:

– Dedique, com seu filho, uma parte de seu tempo para aprenderem juntos a usar a internet. Você vai se surpreender como isso pode ser divertido.

– Antes de permitir que a internet entre em sua casa, estabeleçam juntos as regras para navegar (por exemplo, o tempo para ficar conectado) e verifiquem sempre juntos se estas regras estão sendo respeitadas. Desse modo você vai educar seu filho a usar adequadamente este instrumento.

– Se considerar oportuno, principalmente com os filhos pequenos, ative sistemas de proteção e filtros. Mas lembre-se de que isso não os protege contra riscos e não substitui sua intervenção educativa. A melhor proteção para seu filho é criar nele a consciência crítica.

– Não adianta evitar instalar o computador no dormitório de seu filho. Ele pode navegar com dispositivos móveis, em lugares públicos que possuem Wi-Fi ou na casa de amigos. O importante é criar constantemente oportunidades para falar sobre como usar os recursos da rede, quais sites ele está acessando e com quem está se relacionando.

– Valorize os bons sites e o material que eles oferecem. Estimule o seu filho a informá-lo se encontrou sites inconvenientes e parabenize-o por ter lhe informado a respeito. Evite reações irritadas para não o assustar.

– Ensine-o a usar responsavelmente a internet: Facebook, Twiter, sites de download de músicas, YouTube e jogos online. Ser responsável quer dizer: respeitar os outros, não publicar fotos ou vídeos ofensivos, publicar mensagens positivas e socialmente úteis, participar de iniciativas de solidariedade, respeitar os direitos quando estão reservados.

– Seu filho deve saber algumas coisas fundamentais, como: aceitar como “amigos” só pessoas conhecidas, não participar de discussões de adultos e com adultos, informar aos pais se alguém pede que ele use a webcam para se comunicar com ele.

– Oriente seu filho a não dar nenhuma informação pessoal pela internet (nome, endereço, números de documentos, número do telefone, e-mail ou foto) sem a sua explícita permissão. Não permita que seu filho se encontre com pessoas que ele conhece apenas pela internet, a não ser que ele vá acompanhado de uma pessoa de sua confiança.

– Ensine seu filho a diversificar as atividades e o tempo livre: encontrar amigos e brincar ao ar livre.

– Estimule o diálogo sincero com seu filho no que diz respeito à rede mundial de computadores, informe-se sobre seus interesses e os sites que ele visita habitualmente. A melhor proteção é a boa relação familiar.

Márcia Corrêa
Missionária da Comunidade Canção Nova