Sorrindo pra Vida 26/06/09

A esperança não nos deixa desistir e alimenta o coração

Mensagem do padre Hamilton Nascimento no programa “Sorrindo pra Vida” da TV Canção Nova, nesta sexta-feira, dia 26 de junho.

Eu quero convidar você para abrir a Palavra de Deus em:
Lucas 7,11-17.

Padre Hamilton
Foto: Robson Siqueira

Esta passagem é tão antiga, mas sempre nova. É um acontecimento vivo, porque a Palavra de Deus tem o poder de penetrar no mais íntimo do nosso coração e nos arrancar das sombras da morte.

.: Ouça a mensagem

No Evangelho de hoje, vemos que Jesus era um homem que caminhava, não ficava parado. A vida é movimento, o espírito é movimento e Cristo também o é. Ele caminha para nos dizer que a vida do homem sobre a terra é um caminho que só terminará em Deus. É muito importante ter isso em nossa mente e em nosso coração, pois somos viajantes. E nesse caminhar precisamos fazer uma provisão para que, ao longo da jornada, não desfaleçamos. No entanto, o alimento de que precisamos para trilhar esse caminho chama-se “esperança”. Ela é muito importante para o viajante, pois se ele a perde antes de chegar ao seu destino, desiste da caminhada. O que move o viajante a prosseguir é a confiança de, um dia, alcançar a sua meta.

Não somos um povo que não sabe para onde ir; estamos caminhando para a meta da nossa vida, que é o céu. A esperança é que não nos deixa desistir e alimenta o nosso coração. Ela apoia-se na resistência física, numa vontade firme, por isso, para atingir a meta, precisamos treinar, fazer a experiência de caminhar.

Na segunda parte do Evangelho, percebemos que Deus é vida, pois Ele não se compraz com a morte. Tanto é verdade que Jesus morreu, mas ressuscitou para que tivéssemos vida plena. Por isso, ao perceber a procissão, o Senhor poderia ter passado ao largo ou se afastado, mas não esperou que O chamassem nem se afastou. Jesus tomou a iniciativa. As pessoas que acompanhavam a procissão do jovem talvez nem tenham percebido que o Messias estava ali, pois no sofrimento, nas situações de morte, nós, muitas vezes, não temos a sensibilidade da presença de Deus. A morte tem uma força tal que nos arranca a esperança e a fé. Já que as pessoas não conseguiam perceber a presença d’Ele, Cristo deu o primeiro passo e tomou a iniciativa.

Isso é muito importante na nossa vida, principalmente na hora da dor. Mas o que fazer diante da dor e do sofrimento daqueles que estão ao nosso redor? Tomar a iniciativa! Jesus sentiu-se afetado pelo sofrimento daquela mulher, cujo filho havia morrido, e não pôde deixar de consolá-la, por isso parou a procissão e disse àquela mãe: “Mulher, não chores”.

O milagre que, muitas vezes, deve acontecer em nossa vida e na de nossos irmãos é o exemplo do sentimento e das atitudes que devemos ter diante das desgraças alheias. Já que, muitas vezes, não podemos ressuscitar os mortos, vamos ressuscitar os vivos, aqueles que estão atravessando momentos de tribulação, de perda, de morte. É preciso comover-se, deixar-se afetar, porque se não nos contagiarmos [pela vida do outro], correremos o risco de viver uma vida indiferente e egoísta. Correremos o risco de não fazer o milagre de Deus acontecer em nosso mundo.

Meus irmãos, devemos aprender de Jesus a Lhe pedir um coração bom, capaz de se compadecer, compreender, de levar o verdadeiro bálsamo para aqueles que estão à beira da morte. E o verdadeiro bálsamo é a caridade. “O amor não cansa nem se cansa” (São João da Cruz).

Pense nesta interrogação de hoje: “Sabemos amar e acolher todos aqueles que encontramos ao longo da vida? Nós nos deixamos afetar pelas suas desgraças e pelas suas situações? Ou, nas nossas orações, apresentamos ao Senhor nossas mãos puras e vazias?”

Jesus veio salvar o que estava perdido, o que, aparentemente, já não tinha solução. Ele veio compadecer-se dos que sofrem, atender aos necessitados. O Senhor não passa ao nosso lado sendo indiferente nem fica esperando. Ele toma a iniciativa.

Padre Hamilton Nascimento
Comunidade Canção Nova