HOMILIA - 04/03/2015

Sejamos livres de toda corrupção

Homilia da Santa Missa do Clube da Evangelização, presidida pelo padre Roger Luís no dia 4 de março de 2015.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo narrado por São Mateus
Capítulo 20, versículos de 17 a 28

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Padre Roger Luís – cancaonova.com

Somos chamados a adentrar na revelação que Jesus apresenta aos discípulos d’Ele. Nesta passagem Cristo sobe para Jerusalém, mesma subida que vemos no Evangelho de domingo passado. A narrativa do Evangelho do domingo passado nos trazia a Transfiguração de Jesus no Monte Tabor, onde a glória de Deus é manifestada diante dos olhos de Pedro, Tiago e João.

No Evangelho desta quarta-feira Jesus chama os Doze à parte para formá-los e trazer-lhes a revelação de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. Cristo ensina que o sofrimento não é o fim nem a última palavra, pois Ele sofreria, mas ressuscitaria. Tudo o que sofremos um dia vai passar, pois experimentaremos a glória de Deus. Por isso, no sofrimento, na cruz, na dor, lembremo-nos sempre da ressurreição que nos espera.

Jesus, quando chamou Pedro, Tiago e João para contemplarem a Sua transfiguração, lhes mostrou o que os aguardava após todo o sofrimento pelo qual passariam, pois Ele sabia que, após a Morte d’Ele, eles seriam perseguidos. O Senhor nos ensina que, após a morte, vem a alegria. Vivemos a glória do Tabor na Eucaristia, na Palavra, no cuidado com o irmão e em tudo nos preparando para a ressurreição.

Na dor e no sofrimento Deus nos purifica. O sofrimento de Cristo é redentor. O nosso sofrimento não pode ser desperdiçado, porque ele nos santifica. Jesus passou por todo o sofrimento para que experimentássemos a graça da salvação.  O nosso sofrimento não é em vão e precisamos declarar, pela fé e maturidade espiritual, que completamos em nossa carne os sofrimentos que faltaram a Cristo.

Rezemos: “Senhor, nesta Quaresma, eu preciso amadurecer espiritualmente e aprender que a dor é salvífica. Senhor, eu não sou masoquista, não procuro nem tenho prazer na dor, mas quero compreender espiritualmente o mistério da dor, da paixão, do sofrimento, que é redenção, salvação, transformação, conversão. Eu não vou negar, na hora da dor e do sofrimento, que a Sua graça me basta, pois não estou sozinho e sei que o Senhor está comigo”.

Devido à nossa condição humana, estamos sujeitos ao sofrimento. No paraíso não haverá dor nem morte, pois Deus será o tudo em nós e, nesta caminhada, não estamos sozinhos, o Senhor está ao nosso lado.

Muitas vezes, somos tentados a ser causadores de sofrimento na vida dos outros. Em Gênesis, vemos a história de Caim e Abel, na qual a inveja muda a história de Caim. A oferta de Abel encheu os olhos de Deus, pois ele ofertou ao Senhor o melhor que tinha. E quantas vezes nós temos inveja do dom do nosso irmão e agimos como Caim!

No Evangelho de hoje vemos a mãe dos filhos de Zebedeu pedindo a Cristo que seus filhos se sentem ao lado d’Ele, um à direita e outro à esquerda. Ao ouvirem as palavras d’Ele, os discípulos ficaram revoltados. E quantos de nós somos como estes dois discípulos, egoístas.

Os pais precisam ensinar a seus filhos o caminho do bem e a não viverem na corrupção. O pai que ensina seu filho a mentir ao telefone, pedindo que este diga que ele não está em casa, mesmo estando, qual o aprendizado que ele está passando à criança? É nas pequenas coisas que deixamos que a corrupção entre em nossa vida e tome conta de nós.

Quaresma é tempo de reavaliação de vida. Reavaliemos se não estamos tentando ser melhores que os outros. Reconheçamos os dons e a graça de Deus que age em nosso irmão. Não sejamos cristãos que dão falso testemunho em suas atitudes.

É tempo de conversão e precisamos agir com coerência. Coloquemos em ordem a nossa vida, porque não sabemos a hora em que o Senhor vai nos chamar, quando teremos de prestar contas de todas as nossas atitudes. O maior serviço que temos que prestar neste mundo é ser sal da terra e luz do mundo. Comecemos essa transformação em nossas casas.

Abramos o coração para que o Espírito Santo trabalhe em nós e rompamos com toda corrupção. Que pela cruz do Senhor, por Suas chagas, Paixão, Morte e Ressurreição, Ele nos liberte. Desejemos ser diferentes, desejemos viver a santidade.

Padre Roger Luís
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

 

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