Homilia da Santa Missa do Clube da Evangelização, presidida pelo padre Roger Luís no dia 25 de fevereiro de 2015.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo narrado por São Lucas
Capítulo 11, versículos de 29 a 32
Padre Roger Luís / Foto: Marelena Cardoso
Estamos no tempo favorável, tempo de conversão, de reavaliação espiritual e convite para vivermos verdadeiramente como cristãos. Ao meditarmos os textos sagrados, da liturgia da Palavra desta quarta-feira, e ao olharmos para a pregação de Jonas, vemos que ele não se utilizou de nenhum discurso filosófico. Pelo contrário, o profeta usou palavras simples: “Em 40 dias Nínive será destruída”. Com poucas palavras, porém ungidas, aquele povo acreditou em Deus graças às palavras do profeta Jonas, e os ninivitas aceitaram fazer jejuns e penitências para se salvarem.
Entre todas as pregações que temos ouvido, temos dado abertura suficiente a Deus para que Sua Palavra nos transforme da mesma maneira que transformou os ninivitas? Precisamos abrir o coração para que a Palavra entre em nosso interior e nos transforme verdadeiramente. Perguntemo-nos: Temos correspondido à Palavra de Deus que nos é dirigida? O que falta da nossa parte para vivermos como verdadeiros cristãos católicos? Precisamos ser transformados interiormente.
Segundo a Palavra, aquele rei saiu da superficialidade e decretou que todo o seu povo, até mesmo os animais, jejuassem e fizessem penitências. Precisamos abrir o coração, de modo especial neste tempo quaresmal, para que nos reavaliemos e transformemos a nossa vida. Sobretudo, para que nos afastemos do mau caminho e das práticas perversas.
Como temos nos comportado quando não estamos sendo vigiados? A sede pela Palavra e pela mudança secou em nosso coração? Temos de nos abrir para uma mudança real em nossa vida. Irmãos, é tempo de mudança, de reflexão e de transformação! Creiamos em Deus e aceitemos a penitência e o jejum e nos afastemos do mau caminho.
Precisamos pedir a Deus Pai mais fé n’Ele e em Sua Palavra. Temos que nos preocupar com aquilo que Deus pensa de nós. Não queiramos agradar aos homens, mas sim ao Senhor! Peçamos a Deus uma fé que nos leve à capacidade de decisão. Uma decisão definitiva para que abandonemos o pecado. Digamos: “Senhor, eu quero, eu preciso, eu vou, eu me decido e peço ao Seu Espírito que me ajude a fazer esse bom caminho de conversão”.
A conversão dos primeiros cristãos foi tão sincera que eles foram capazes de dar a vida por amor ao Evangelho. Nós recebemos uma misericórdia infinita da parte de Deus, pois Ele nos enviou Seu Filho unigênito para morrer por nós na cruz e nos salvar. Na cruz vemos o que o pecado é capaz de fazer e de dilacerar, pois Cristo carregou sobre si nossos pecados. Aqueles que querem ser vencedores em Cristo precisam se converter e crer no Evangelho. Quais são as obras más que devemos abandonar?
Caímos na tentação de querer servir a sociedade por interesse ou por algum retorno, mas Cristo nos ensina a servirmos ao próximo de coração. O mandamento do amor e do serviço é fazer algo sem olhar a quem, olhar o outro como o Cristo a quem servimos. Olhemos para dentro e para fora de nós a fim de que possamos nos converter verdadeiramente. Abramos o coração para que o Senhor realize uma obra nova em nós.
Existem algumas vias de penitência que nos ajudam a trilhar os caminhos da conversão. A reprovação de nossos pecados é a primeira penitência que devemos fazer nesta Quaresma, pois quem reprova o pecado cometido custará mais a recair nele noavamente. A segunda via, para alcançarmos essa graça, é não guardarmos lembranças das injúrias recebidas dos inimigos, mas sim perdoarmos as faltas dos companheiros, uma vez que o critério do perdão é que só somos perdoados se perdoarmos. A terceira via é a oração ardente e bem feita. A esmola, a caridade, aquilo que ofertamos de coração, é a quarta via da penitência. E, por fim, a modéstia e a humildade.
Desejemos participar do valor salvifico da cruz de Cristo. Se tomarmos a decisão de mudar de vida a resposta de Deus para nós será Sua misericórdia em nossas vidas.
Padre Roger Luís
Sacerdote da Comunidade Canção Nova
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