“A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem” (Hebreus 11,1). A fé não pode ser explicada, apenas vivida, como testemunha o casal Alessandra e Reginaldo Custódio da cidade de Cachoeira Paulista (SP).
Casados há dois anos e meio, eles são pais de Matheus de um ano e meio e de Lucas de quatro meses. A história de vitória e superação do pequeno Matheus nos ajuda a entender que tudo é possível a quem crê no Senhor.
Sempre a favor da vida, o casal não utilizava métodos anticonceptivos e, com cinco meses de casados, Alessandra engravidou do primeiro filho. “Havia uma grande expectativa para nós e para toda a família. Como era o primeiro filho, fiz todos os procedimentos corretos, como pré-natal, exames e tudo o que o médico nos pedia”, conta a jovem mãe.
Contudo, no sexto mês da gestação, ao apresentar o ultrassom morfológico ao médico, o casal percebeu que havia algo fora dos padrões. “Percebemos que o médico focava muito nos pezinhos do Matheus e a reação dele era diferente. Foi quando ele nos deu o diagnóstico: ‘Hoje ele está com os pés tortos congênitos (virados para dentro). Pode ser que o Matheus nasça assim ou que a postura dele esteja assim hoje’. Naquele momento fomos pegos de surpresa. No coração de uma mãe, ela projeta que o filho nasça perfeito e, quando nos vimos diante dessa realidade, deu um nó na garganta”.
Alessandra relata que, inicialmente, após receberem a notícia e entenderem do que se tratava, por um tempo, ora viveram dias tranquilos ora dias de lágrimas. “Nosso choro não era por não aceitarmos o que o Matheus tinha, mas por tentar assimilar tudo o que estava nos acontecendo. Sabíamos que, se Deus nos confiou um filho com essa limitação, era porque nos capacitaria para cuidar dele”. Reginaldo afirma sempre ter dito à esposa: “O Senhor vai nos ensinar a cuidar dele”. E, confiantes em Deus, o casal iniciou um dos momentos mais delicados de suas vidas.
Conforme os meses iam se passando, a cada novo ultrassom a esperança dos dois aumentava. “A médica não conseguia ver se os pés dele continuavam tortos ou não. E conforme íamos conversando com pessoas que passaram por esta situação, descobríamos que não era o fim do mundo e, assim, fomos nos tranquilizando”, relata a mãe.
“No dia do nascimento do Matheus, fomos para a maternidade e dentro de nós havia a esperança de que ele nascesse sem o problema nos pés. Na hora em que a pediatra veio falar comigo ela me disse: ‘Mãe, ele é lindo e perfeito! Um meninão! Só que nasceu com os pés tortinhos’. E eu lhe disse que já sabia. O que causou um grande espanto na equipe médica. Várias enfermeiras, a psicóloga do hospital e minha médica vieram conversar comigo para que eu não me sentisse culpada, porém, eu estava confortada por Deus. Por mais que houvesse a possibilidade de ele vir sem este problema, Deus também havia nos preparado para lidar com a situação caso ele viesse com os pezinhos tortos”.
A equipe médica entrou em contato com um especialista em Taubaté, cidade localizada no interior do estado de São Paulo, e este profissional iniciou os cuidados com o pequeno Matheus e sua família. Segundo o casal, na primeira consulta, as inúmeras informações passadas a eles, por um momento, os abalou. “Saí da primeira consulta chorando, pois foi um balde de informações despejadas sobre nós”, recorda Alessandra.
Matheus começou o tratamento e, de acordo com orientações médicas, seriam colocados de 5 a 8 gessos semanalmente para que seus pés fossem corrigidos. E futuramente seria necessária uma cirurgia para a correção dos tendões. A cada troca de gesso, Alessandra lembra que seu coração se dilacerava ao ver seu pequenino chorando e por se sentir impotente diante da situação. “Para dar banho nele era difícil, para pegá-lo no colo não podíamos deixar as perninhas dele penduradas. As pessoas também olhavam e se perguntavam o que estava acontecendo com ele. Foi um momento muito delicado para nós”, desabafa a mãe.
O casal se recorda, emocionado, da evolução do quadro clínico de seu filho. “A cada semana a melhora ia acontecendo e nossa expectativa era saber se o Matheus ia ou não fazer a cirurgia. Na quinta semana, levamos a bota ortopédica e o médico percebeu que os pezinhos já estavam bem abertos para fora e nos recomendou que colocássemos somente a bota e fôssemos observando, pois, se ele evoluísse ainda mais, não seria necessária a intervenção cirúrgica”.
Passados quinze dias, ao retornar ao médico novamente com o filho, o casal recebeu a notícia da vitória: “O médico nos afirmou que não era preciso fazer a cirurgia, pois o Matheus respondeu bem ao uso do gesso e da bota ortopédica. Íamos ao médico de dois em dois meses e hoje nossas idas acontecem de seis em seis meses”, testemunham os jovens pais. A intervenção de Deus na vida de Matheus e família aconteceu.
Reginaldo e Alessandra disseram que, em uma das consultas médicas, perguntaram ao ortopedista qual era a probabilidade de uma criança nascer com pés tortos congênitos e o médico explicou que uma causa específica não existe por ser algo genético, podendo uma entre mil crianças nascer com este problema. Porém, quando há algum caso na família, a chance de o segundo filho nascer com os pés tortos é uma em trinta e cinco.
Na época, Alessandra estava grávida de seu segundo filho, Lucas. Silenciaram e confiaram que a mão do Senhor continuaria a guiá-los. “A cada ultrassom do Lucas, nossos olhos eram para os pezinhos dele, para ver se não havia nada de errado e, graças a Deus, contrariamos as estatísticas!”.
Colaboradora há 9 anos da Fundação João Paulo II, mantenedora do Sistema Canção Nova de Comunicação, Alessandra relembra com gratidão das orações e do apoio recebido nesse tempo: “Lembro que, quando um missionário foi rezar por mim, eu lhe contei todas as tribulações pelas quais passamos desde o início do nosso namoro. Eu pensava que tudo tinha de dar errado para depois dar certo. Ele me falou que nem tudo seria um mar de rosas, mas as dificuldades eram coisas que aconteciam em nossa vida para nos tornar mais fortes, pois, assim como Jesus passou pela cruz e pelo calvário e venceu a morte, a vitória viria”.
“A fé não se explica. Deus cuidou e tem cuidado de tudo. Nascemos numa família que sempre nos incentivou a viver a espiritualidade. Desde a época do nosso namoro, sempre participamos da Santa Missa e da confissão e, com a situação do Matheus, nos aproximamos ainda mais de Deus”, testemunha Reginaldo.
Alessandra fala sobre a experiência nesse tempo: “Tinha horas que silenciava para não preocupá-lo e algumas horas ele silenciava para não me preocupar. Mas sabíamos que é Deus quem cuida e prepara as pessoas, Ele nos escolheu e nos preparou para sermos os pais do Matheus. E em tudo víamos a mão de Deus, desde os médicos que sempre nos orientaram e nos ensinaram a não olharmos nem a deixarmos que as pessoas olhassem para nosso filho com pena, afinal ele é uma criança normal”.
“Ver o Matheus hoje correndo e jogando bola é um milagre de Deus!”, finaliza o casal. A fidelidade a Deus e ao tratamento de Matheus possibilitou ao casal experimentar o cuidado e o amor do Pai das Misericórdias. A fé tem o poder de mover montanhas. Que o testemunho deste casal reacenda a fé e devolva a alegria e esperança em nossos corações.
Clube da Evangelização
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