O povo eleito foi constituído por Deus como um reino de sacerdotes e uma nação santa (cf. Ex 19,6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, reservando-a para o serviço litúrgico; Deus mesmo é sua herança. Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da Antiga Aliança. Os sacerdotes são aí constituídos para intervir em favor dos homens em suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (cf. Hb 5,1).
Instituído para anunciar a Palavra de Deus e para restabelecer a comunhão com o Senhor pelos sacrifícios e pela oração, esse sacerdócio continua, não obstante, impotente para operar a salvação. Precisa, por essa razão, repetir sem cessar os sacrifícios, e não é capaz de levar à santificação definitiva, graça que só o sacrifício de Cristo deveria operar.
Entretanto, a liturgia da Igreja vê no sacerdócio de Aarão, no serviço dos levitas e na instituição dos setenta anciãos prefigurações do ministério ordenado da Nova Aliança. Todas as prefigurações do sacerdócio da Antiga Aliança encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, único mediador entre Deus e os homens (cf. I Tm 2,5). Melquisedec, sacerdote do Deus altíssimo (cf. Gn 14,18), é considerado, pela Tradição cristã, como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec (cf. Hb 5,10; 6,20), santo, inocente, imaculado (cf. Hb 7,16), que com uma única oferenda levou à perfeição, e para sempre, os que ele santifica (cf. Hb 10,14), isto é, pelo único sacrifício de Sua Cruz.
No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo quem está presente em Sua Igreja como Cabeça de Seu Corpo, Pastor de Seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age in persona Christi Capitis (na pessoa de Cristo Cabeça).
A tarefa do sacerdócio ministerial não é apenas representar Cristo Cabeça da Igreja diante da assembleia dos fiéis; ele age também em nome de toda a Igreja quando apresenta a Deus a oração desta, sobretudo quando oferece o Sacrifício Eucarístico.
Diante da grandeza da graça e da missão sacerdotal, os santos doutores sentiram o urgente apelo à conversão, a fim de corresponder, por meio de toda a sua vida, Àquele de quem são constituídos ministros pelo sacramento. Neste sentido, São Gregório Nazianzeno, ainda jovem sacerdote, não pôde deixar de exclamar:
É preciso começar a purificar-se antes de purificar os outros, é preciso ser instruído para poder instruir, é preciso tornar-se luz para iluminar, aproximar-se de Deus para aproximar dele os outros, ser santificado para santificar, conduzir pela mão e aconselhar com perspicácia. Sei muito bem de quem somos ministros, em que nível nos encontramos e quem é aquele para o qual nos dirigimos. Conheço a sublimidade de Deus e a fraqueza do homem, mas também sua força. [Quem é, pois, o sacerdote?] É o defensor da verdade, eleva-se com os anjos, glorifica com os arcanjos, leva ao altar celeste as vítimas do sacrifício, partilha do sacerdócio de Cristo, remodela a criatura, restabelecendo (nela) a imagem (de Deus), recria-se para o mundo do alto e, para dizer o que há de mais sublime, é divinizado e diviniza.
E o Santo Cura dArs: É o sacerdote que continua a obra de redenção na Terra […]. Se soubéssemos o que é o sacerdote na Terra, morreríamos não de espanto, mas de amor […]. O sacerdócio é o amor do coração de Jesus.
Padre Toninho
Comunidade Canção Nova
Fonte pesquisada: Catecismo da Igreja Católica (números:1539-1541; 1544, 1548, 1552, 1589).
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