Foi no ano de 1977, quando eu participava do movimento de jovens da diocese de Lorena. Eu, como muitos outros jovens, ia de cidade em cidade da região ouvir e beber das graças que Deus derramava através das pregações ungidas do Padre Jonas. Cheio do Espírito Santo e com todo destemor ele nos impregnava com a força do Evangelho e da vida nova em Cristo. Anunciava-nos a Palavra de Deus, ensinava-nos a orar e estudar a Sagrada Escritura. Ajudava-nos a nos abrir ao exercício dos dons, encorajava-nos a entregar a nossa vida ao seguimento de Jesus.
Em um desses encontros, o chamado Catecumenato, coincidiu com a festa de Cristo Rei do Universo, no terceiro final de semana de novembro. Nós estávamos reunidos na casa de Maria, em Queluz, quando Padre Jonas pregou sobre o senhorio de Cristo e logo após orientou-nos a fazer o estudo da Bíblia em forma de um diário espiritual. O método que depois se tornou conhecido por milhões de pessoas através do seu livro: A Bíblia no meu dia-a-dia.
Recordo-me que estávamos todos inflamados de ardor por Jesus, desejosos de dar a vida por Ele, como diz Dom Cláudio Hummes ao se referir aos primeiros discípulos: Eles estavam prontos a segui-lo, a investir tudo Nele. Ele seria daqui para frente seu mestre e seu caminho, sua certeza e sua felicidade. Tornaram-se seus discípulos para nunca mais deixá-lo. Era exatamente assim que eu me sentia. Foi quando Padre Jonas lançou-nos o apelo: Quem aqui está disposto a dar um ano da sua vida para Jesus: deixar pai, mãe, família, emprego, namoro, trabalho e vir viver em comunidade e fazer a experiência dos primeiros cristãos para tornar Jesus conhecido por todos? Apesar de estar cheia de ardor, senti-me estremecer. Padre Jonas continuou: Quem está disposto pode ficar em pé como sinal do seu sim. Cada um terá dois meses para falar com os pais e dar os passos para no dia dois de fevereiro, começarmos a viver em comunidade.
No primeiro momento não me levantei, pois pensei comigo: Se eu me levantar, vai ser para toda a vida. Abri a minha Bíblia e caiu na passagem de Lc.14,25-33. As exigências do seguimento. Jesus convidando a fazer as contas para ser seu discípulo: Quem não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo! Por Jesus, eu me levantei para não mais voltar atrás. Não foi fácil, enfrentar meus pais e deixá-los. Deixar minha família, minha casa, minhas coisas, meu trabalho como assistente social e partir sem saber como seria e para onde iríamos. Só por Deus!
Ao completar trinta anos do nosso primeiro chamado, o sentimento que me vem é que estou apenas no início deste seguimento a Jesus. Precisamos sempre de novo deixar-nos alcançar por Ele de coração aberto e disponível.
Há uma carreira a correr, uma vitória a alcançar, cada hora em meu viver, faz-me fiel! Porque eu preciso sempre renovar o meu encontro pessoal com Ele e assim consolidar-me como sua discípula, testemunha e missionária.
Luzia Santiago
Co-fundadora da Comunidade Canção Nova
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