Há mais de dois anos, escrevi um artigo na Revista Canção Nova abolindo esse alimento de toda culpa que vinha carregando ao longo dos anos, como vilão do colesterol. Mesmo assim, todas as vezes que percebo sua ausência no recordatório alimentar dos meus pacientes, verifico que ainda existe uma grande dúvida se podemos ou não comê-lo!
Mas como pode? Uma hora o alimento faz bem e nos incentivam a comê-lo. Depois, descobrem que faz mal e o proíbem como se fosse pecado mortal consumi-lo!
Exatamente por isso é importante que nós, profissionais da área da saúde, acompanhemos a evolução da ciência por meio de artigos científicos, os quais nos dão a segurança de aprovarmos ou não um alimento, e, posteriormente, incentivarmos ou não o seu consumo para os nossos pacientes.
Até pouco tempo, as propriedades nutricionais do ovo estavam voltadas apenas para seu elevado teor de proteína e sua alta concentração de colesterol, que, por sua vez, era associado às doenças cardiovasculares. O divisor de águas foi um estudo publicado, em 1999, por especialistas da Universidade de Harvard, mostrando que o consumo de mais de um ovo por dia não causava impacto significativo sobre o risco de doenças coronarianas e derrames em homens e mulheres saudáveis, não diabéticos.
É importante lembrar que apenas uma pequena parte do colesterol que temos circulando no corpo vem das dietas. A maior parte é produzida pelo próprio corpo, pois o colesterol é importantíssimo para síntese de hormônios. Portanto, se você não comer, não terá problema, pois o seu corpo o fabricará.
O ovo é um alimento de alto valor biológico, com vários nutrientes importantes para saúde humana, além de ser de baixo custo e fácil acesso.
A gema, tão temida pelo seu colesterol, é fonte de ferro e tem uma substância chamada colina, importantíssima para o cérebro; além de vitamina D, indispensável para fixar o cálcio nos ossos.
A gema ainda é fonte de fácil absorção de dois antioxidantes – luteína e zeaxantina -, os quais contribuem para saúde dos olhos e protegem contra a degeneração macular, uma doença que, na falta de tratamento adequado, pode levar à cegueira.
Além de saudável, o ovo se torna um excelente alimento na hora do lanche da tarde quando queremos algo salgado para comer.
Uso muito esse truque na reeducação nutricional dos meus pacientes, pois, por conter gordura, ao chegar ao intestino estimula a produção de hormônios que dão saciedade. E tem mais, é um lanche prático. Um ovo cozido por dez minutos se mantém estável por 16 horas sem descascar, desde que sua casca esteja perfeita, sem rachaduras.
Espero que tenham gostado. Até a próxima dica de saúde!
Nutricionista clínica/escritora.
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