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A Palavra meditada, hoje, está em Romanos 8,18-28.
Quero começar essa partilha contando um fato que vivi com meu filho, quando ele se machucou ao andar de bicicleta. Ele caiu e machucou o joelho, por esse motivo, chorou e sentiu muita dor. Levando-o ao médico, vimos que não era nada grave, mas, no momento em que ele caiu, chorou, porque queria uma solução para sua dor.
Venho, hoje, contar a vocês essa experiência do sofrimento do meu filho, porque, Paulo, na Palavra, também vem nos dizer que, da mesma forma, a criação geme e sofre, pois foi maculada pela escravidão da corrupção. Ela espera a manifestação dos filhos e filhas de Deus para ser liberta, mas, enquanto isso não acontece, ela geme.
Nós vemos todo esse sofrimento até mesmo no próprio clima, pois quando está calor, ele é intenso demais; quando está frio, esfria demasiadamente; e quando chove, há enchentes. Tudo é muito extremo! Vemos a violência do clima por causa da ação do homem ao destruir a natureza. Essa ganância humana, de querer sempre mais a qualquer custo, faz com que a natureza sofra as consequências. Nós estamos sentindo, na pele, essa destruição, por isso a criação, hoje, se aflige. Esses são sinais concretos de um planeta que chora, porque está machucado. Mas não só a natureza e o planeta lamentam, Paulo nos diz que nós também gememos, porque trazemos, em nosso corpo, a marca do pecado. Estamos esperando a redenção do nosso corpo e, no nosso íntimo, sentimos dor e precisamos de uma solução.
A Palavra também nos mostra que o sofrimento não está somente em nós e ao nosso redor, há também um terceiro gemido: o de Deus. O Espírito Santo também sofre, porque conhece nosso sofrimento. Esse clamor do Espírito vem interceder por nós diante o Pai, para que Ele faça alguma coisa. Nós, que temos as primícias do Espírito, gememos esperando a condição de filhos, por isso há a intercessão d’Ele por nós. E essa lamentação para nós tem uma tradução: é a intercessão do Espírito de Deus pelo dom de línguas.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos diz que a graça é, antes de tudo e principalmente, o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica, mas ela também compreende os dons concedidos a nós por Ele. Deus nos deu Seus dons de presente para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros por meio da Igreja. São as graças sacramentais, dons próprios especiais, chamados também de carismas, a favor da Igreja. Seja qual for o carisma, tem como meta o bem comum da Igreja, é um serviço de caridade que a edifica. Aqui falamos dos dons de serviço, mas também existem os dons de santificação, que são: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Estes atuam dentro de nós para nos tornar homens e mulheres de Deus.
O Senhor nos dá o dom de serviço para o bem comum da Igreja. O dom de línguas é a ferramenta certa para a oração, a comunicação entre nós e o Pai. Mas há um único obstáculo para essa comunicação: a inteligência, ou seja, ser racional demais e só aceitar o dom se compreendê-lo. Temos de ser humildes para exercer as dádivas que o Senhor nos dá e para que o Espírito reze conosco.
Com o Espírito Santo, toda fraqueza é socorrida, por isso, diante de toda fragilidade, ore no Espírito de Deus. Não se envergonhe deste dom, pois ele é motivo de alegria. O Senhor nos ama e vem em auxílio das nossas fraquezas. Deixe-O agir em você neste momento. A melhor maneira de se soltar, entre os irmãos, é pela oração em línguas.
Pedimos, hoje, a Deus que todos possamos nos soltar no dom de línguas, que Ele traga esse dom a nós, pois este é o estopim para todos os outros carismas.
“Dobre sua inteligência a esse humilde dom. Faça esta obra, Senhor, na vida desses homens e mulheres que querem um cântico novo. Que toda fraqueza seja sanada e restaurada por meio desse dom. Dá-nos essa graça, Jesus”.
É um momento de alegria, é o amor de Deus nos envolvendo de forma simples. Soltemos nossa voz ao Espírito para que Ele nos auxilie em todas as nossas fraquezas. Deus tudo pode, é por nós que Ele geme.
Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova
Transcrição e adaptação: Débora Ferreira
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