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Hoje a Igreja celebra a conversão de São Paulo, aquele que, um dia, perseguiu o povo que professava Jesus como o seu Senhor. Após o encontro do apóstolo com o próprio Jesus, ele mudou de vida e de comportamento. Ao vermos a conversão desse grande santo da Igreja, nos perguntamos: Como pode a conversão de um homem mexer tanto com a história da nossa vida?
O convite de hoje é para cada um de nós fazer memória também da nossa história de conversão. É importante viver esse processo de conversão com alegria, entendendo que nem sempre isso acontece da maneira como gostaríamos que fosse.
Na passagem que vamos refletir, Mateus 9, 14-17, notamos o questionamento dos discípulos de João, que chamam a atenção de Jesus a respeito do jejum que os discípulos d’Ele não praticavam. Eles ficaram incomodados com os hábitos dos seguidores de Cristo. Percebemos que, nessa passagem, não foram os fariseus que faziam críticas, mas os discípulos de João Batista aquele que era o precursor, que anunciava a vinda do Senhor.
Muitas vezes, ficamos também incomodados em presenciar certas atitudes que não compreendemos. Pela falta do entendimento, ficamos intrigados e isso também aconteceu com aqueles discípulos de São João. Pela resposta de Jesus, vemos que Ele não se prende apenas no esclarecimento do ocorrido, mas também apresenta outros exemplos de fácil entendimento para a realidade daqueles homens. Ele cita a questão do remendo novo em roupa velha e do odre novo para o vinho novo.
O Senhor esclarece que aquilo que é novo não pode ser colocado em recipientes velhos. Assim como o vinho novo não pode ser colocado num odre velho, esse vinho novo, que simboliza a ação do Espírito Santo em nossa vida, que nos dá a alegria, não poderá ser depositado em odres velhos, ou seja, pessoas velhas.
Deus quer nos fazer também odres novos para conter esse vinho que Ele quer nos dar, mas, para isso, precisamos passar pelo processo de construção desse objeto [odre].
Aqui, vale lembrar que o odre para os judeus, daquela época, era um tipo de recipiente, feito de pele de animais. Para se ter um recipiente perfeito, a pele do animal deveria ser exposta ao sol, mas ser curtida de maneira dosada, de modo a não haver o ressecamento desse material. Um odre para conter um vinho precisa passar pelo processo da exigência da sua manufatura. Do contrário, ele não resistirá à fermentação provocada pelo vinho e se romperá. Um vinho novo precisa ser colocado num odre novo para que essa bebida não se perca.
Se hoje você se sente exposto ao sol escaldante da provação, suporte-a com a alegria, entendendo que, em breve, receberá também o vinho novo. Agradeça a Deus por todos os acontecimentos de sua vida, entendendo que em tudo o Senhor é bom. Ele quer fazer de nós odres novos para contermos o vinho novo, que vem do Seu Espírito.
Já houve momentos em que Deus nos fez passar por situações que não conseguimos entender, mas em meio a essas circunstâncias, o Senhor sempre se antecipou com carinho.
Hoje, podemos entender aqueles momentos em que, cantando, pedíamos e desejávamos ser odres novos, pedimos o Espírito, mas como resposta tivemos o silêncio de Deus ou vivemos momentos de grandes turbulências… Nesses momentos era Deus que estava nos preparando para nos formar para sermos odres perfeitos.
Os nossos sofrimentos duram apenas um tempo. Nossas dificuldades não são eternas, elas duram o período suficiente para nos capacitar a sermos transformados em um novo odre. Aquilo que Deus quer oferecer a mim e a você só poderá ser contido num odre novo.
Alexandre de Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova
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