Durante toda a minha vida, sempre ouvi frases que tentavam exemplificar o amor de uma mãe por seu filho, e pensava no maior exemplo de Mãe: Maria, e no seu desespero quando Jesus se perdeu no templo e na dor vivida ao vê-Lo crucificado.
Penso, nos dias de hoje, em quantas mães sofrem ao perder os filhos em um acidente de trânsito, assassinados, e até mesmo nas que os perdem não para a morte, mas para o crime ou para a dependência química. Pensar nisso me faz lembrar a minha história, me faz recordar por tudo o que minha mãe passou para que eu pudesse me tornar o que sou hoje.
Desde pequeno enxergava minha mãe como uma mulher guerreira, que trabalhava o dia todo para dar o melhor para meu irmão e para mim. Porém, no meu coração, sempre existiu um sentimento de inferioridade, o qual me fazia pensar: “Ela não me ama” ou até mesmo que meu irmão era o “filho preferido” dela e eu apenas a segunda opção.
Todo esse sentimento me transformou em um jovem revoltado, que só queria saber de bagunça, brigas e bebedeira. Hoje eu entendo que tudo aquilo era apenas uma maneira de chamar a atenção dela e de lhe dizer: “Ei, eu estou aqui!”, porque eu não conseguia enxergar aquele “amor de mãe” do qual as pessoas tanto falavam.
Com 15 anos de idade, eu comecei a usar drogas sem que ela soubesse, fui morar sozinho e vivi muitas coisas que ela jamais imaginara. Até que, quando eu estava com 18 anos, ela descobriu que eu estava nesse “mundo” e lembro, como se fosse hoje, que, ao subir as escadas da minha casa e olhar para o topo, eu a vi com os olhos cheios de lágrimas e, com a voz desesperada, ela me disse: “Lucas, a única coisa que eu posso fazer por você é rezar!”. Aquilo me fez pensar: “Ela diz que me ama tanto, me vê nessa situação, e a única coisa que ela pode fazer é rezar!?”.
Eu chegava em casa de madrugada, drogado, e ao abrir a porta do quarto, via sempre minha mãe com a Bíblia e o terço nas mãos. E quantas vezes a vi de joelhos rezando para que Deus tocasse meu coração… E Ele tocou.
Quando vivi meu encontro pessoal com Deus, fiquei sedento do Seu amor, sentia como se um imã me puxasse para fazer a adoração a Jesus Sacramentado e uma sede insaciável da Sagrada Escritura. Ao ler a Bíblia, encontrei a definição para o amor de mãe, um amor “paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Coríntios 13,4-7).
O amor de mãe é o reflexo do amor de Deus na Terra, não se explica, se vive. Hoje eu sei que minha mãe me ama, ela me ama tanto que sofria calada ao ver meus erros, suportava todo sofrimento sem me maltratar nem guardar rancor. Soube esperar, em Deus, por saber que tudo é possível ao que crê!
Obrigado, mãe, por me amar tanto!
Lucas Mendes
@lmendesupa
facebook.com/lucas.mendes.jovenssarados