Celebramos os 100 anos da aparição de Nossa Senhora em Fátima
Djanira Silva, na Revista Canção Nova, edição de maio, escreve sobre o centenário de Nossa Senhora de Fátima e fala sobre o convite que Maria nos faz: ‘Rezar, rezar e rezar!’. Confira:
Era 13 de maio de 1917, uma manhã de domingo como tantas outras, quando o Céu se abriu e Nossa Senhora veio visitar a Terra, trazendo um apelo de conversão para toda a humanidade a partir de Fátima, Portugal.
Ela escolheu como mensageiros os humildes pastorinhos, Jacinta de 7 anos; seu irmão Francisco, de 9; e sua prima Lúcia, de 10 anos. O lugar escolhido também surpreende pela simplicidade. A Cova da Iria era uma terra de pastagens para o rebanho de ovelhas, coberta de uma vegetação rasteira, pedras e algumas árvores, como a azinheira, utilizada por Nossa Senhora como púlpito, para falar aos pastorinhos e, por intermédio deles, ao mundo inteiro.
O fato é que, há 100 anos, a aparição de Nossa Senhora torno-se um marco na história da Igreja. Os pastorinhos, fiéis ao seu apelo – «Oferecei a Deus todos os sofrimentos que Ele vos enviar, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores» –, entregaram-se a essa grande missão, principalmente pela recitação diária do terço e a prática de sacrifícios, de tal modo que, já em 1919 e 1920, respectivamente, Francisco e Jacinta foram levados ao céu. Depois de a Igreja ter reconhecido as virtudes heroicas deles, o Papa João Paulo II – no dia de 13 de maio de 2000 – declarou-os beatos. Quanto a Lúcia, Nossa Senhora lhe confiou uma missão específica na terceira aparição: «Jesus quer servir-se de ti, para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer, no mundo, a devoção a Meu Imaculado Coração», e a Virgem Maria também lhe confiou a missão de guardar por um tempo “o Segredo de Fátima” e ser, durante sua vida na Terra, um sinal concreto de fé para os peregrinos. Lúcia faleceu aos 98 anos, em 13 de fevereiro de 2005.
Em outubro daquele mesmo ano (1917), conforme a Senhora havia prometido, concluiu-se o ciclo das aparições. Aquele dia, aliás, ficou marcado com o surpreendente ‘Milagre do Sol’ – historicamente certo e reconhecido inclusive pela ciência como algo sobrenatural. Diante desse sinal e após analisar cuidadosamente os fatos, a Igreja declarou como dignas de crédito as aparições permitindo oficialmente o culto a Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Desde então, milhares de peregrinos de diversas partes do mundo são atraídos diariamente ao local das aparições e a Mensagem de Fátima, parece-nos ecoar com um vigor cada vez mais forte a cada dia, o grande número de peregrinos que vêm ao Santuário e as inúmeras graças alcançadas são sinais evidentes da intercessão e presença de Nossa Senhora neste lugar. A essência da Mensagem de Fátima, no entanto, é chamar a atenção dos homens para as verdades eternas da salvação a partir da reparação das ofensas cometidas contra Deus, contra Jesus, o Imaculado Coração de Maria e a vida de oração regada pelo espírito de sacrifício e oferecimento a Deus.
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Ao longo da história, a Mãe de Deus costuma expressar sua proximidade de acordo com a realidade de seus filhos. No Brasil, Nossa Senhora veio nos visitar por meio de uma simples imagem de barro, na noite de 12 de outubro do ano de 1817, quando os pescadores buscavam, nas águas do Rio Paraíba, pescar os peixes que os livraria do embaraço diante de seus senhores e lhes garantiria o sustento da família. Era uma época politicamente conturbada, e a fé não estava fora de perigo, por isso a Virgem Maria veio em auxílio dos seus filhos. Sem dizer uma palavra, deu sinais de que não estava longe do povo brasileiro, que, em 1930, por um decreto do Papa Pio XI, a acolheu como padroeira da nação.
Depois de trezentos anos, há muito o que se comemorar. Os incontáveis milagres atribuídos a sua intercessão e o fervor com que se expressam os devotos em números cada vez maiores também garantem a presença e intercessão de Maria na “Terra de Santa Cruz”.
Por tudo isso, 2017 é um ano jubilar e mariano para as duas nações. O Brasil celebra, em 12 de outubro, 300 anos do encontro da imagem que, por ter aparecido nas águas, logo recebeu do povo o nome de Nossa Senhora Aparecida. Já a nação Portuguesa celebra 100 anos da aparição daquela que foi descrita pelos pastorinhos como uma “Senhora mais brilhante que o sol”.
O Centro das comemorações em Fátima, Portugal, é o dia 13 de maio, porque marca o início das aparições. Para esta festa, que está sendo preparada pastoralmente há três anos, espera-se milhares de peregrinos, entre eles o Sumo Pontífice Papa Francisco, que na condição de pastor universal da Igreja, vem a Fátima pela primeira vez.
A visita papal e o centenário serão guiados pelo tema: “O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus”, e nos remete à grande promessa feita por Maria a toda a humanidade durante a sexta aparição: “Por fim, meu Imaculado Coração triunfará”. Portanto, caminhemos confiantes com a intercessão de Maria, sabendo que ela, como nossa boa Mãe, jamais nos deixará sozinhos.
Dijanira Silva
Comunidade Canção Nova
Colunista do Portal CN
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