“Nada poderá separar-nos do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor.” (Rom 8, 35.39).Esta palavra me veio ao coração pelos últimos acontecimentos que temos presenciado nos âmbitos nacional, internacional e familiar.
Este é um mês rico em nossa liturgia: lembramos o Dia de Todos os Santos; o Dia de Finados e a Festa de Jesus, Rei e Senhor do Universo. Lembramos, também, as datas cívicas como a Proclamação da República e o Dia da Bandeira. São tantos fatos diferentes, exercendo influências direta e indiretamente sobre as nossas emoções, que corremos o risco de nem mais reagirmos.
A nossa atitude passa a ser de indiferença e apatia. Vivemos o perigo de não acreditar em mais nada e em ninguém, ou de cairmos na prostração e no desânimo; porém o cristão que vivencia a sua fé, nas horas mais difíceis, precisa dizer: “Nada me separará do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, Meu Senhor!” Nos golpes e tormentas, é preciso tomar uma decisão: “Eu vou superar a crise, vou superar este golpe. Eu vou vencer mais esta etapa dolorosa que me sobreveio. Eu vou dar lugar a esperança e a fé em Deus!”
Só o amor de Cristo e em Cristo é capaz de nos levantar! Há uma grande diferença entre uma pessoa cristã, alicerçada em Cristo Jesus, e uma outra, que vai se arrastando por toda sorte de ideologia. Você que acompanha os nossos programas diários, lembra-se de quanto oramos pelo restabelecimento do Jonas, um jovem de vinte anos, filho do casal Fátima e Luiz, membros da Canção Nova? Ele, após ter sofrido um acidente de moto, entrou em coma durante sete dias e, não superando a gravidade do trauma, veio a falecer.
A própria Fátima nos conta o que viveu neste período e como reagiu a esta tão dura perda: “Enquanto meu filho passava pelo ‘vale da agonia’, acontecia uma mobilização muito intensa por sua intenção: eram missas, intercessões, movimentos de oração por todas as partes. Aí é que fomos perceber como ele era querido!
Quando o vi pela última vez, eu senti que ele me comunicava o que sofria por meio de expressões faciais muito leves. O Jonas chorava e ali eu o vi pedindo: ‘Mãe, me deixa ir…’ Durante aquela noite, consegui dormir um pouco. Acordando às duas horas da madrugada, comecei a folhear um livro da minha avó; dele caiu uma pequena face de Jesus que continha esta oração: “Ó Jesus, cuja face adorável se inclinou tão misericordiosamente para a salvação do mundo, sobre a árvore da cruz, no dia da Paixão, hoje, mais uma vez, por piedade, deixai cair sobre nós um olhar de compaixão e recebei-me com um ósculo de paz”.
Eu fiz a leitura e, num gesto de entrega, virei a Face de Cristo para o rosto do meu filho Jonas (contido em uma fotografia que eu estava segurando na minha mão) e disse: ‘Jonas, a face de Cristo há de ser o seu consolo, a luz de Cristo para você, meu filho’. Quase dormindo, eu ainda falei: ‘Jonas, eu o coloco no coração de Jesus’.
O meu filho morreu de parada cardíaca, às cinco e quinze da manhã. Eu chorei; todos choramos, choramos muito! Mas algo forte e incomparável nos fala que ele, junto de Deus, está mais vivo do que nunca!”
A partir desta história, vem-me esta pergunta: De que lado eu quero ficar? Com as pessoas como a Fátima e sua família, que avançam na esperança de que Deus é capaz de levantar o caído e dar força ao homem acabrunhado; ou do lado dos pessimistas e derrotistas, que em tudo encontram motivos para acumular mais uma derrota em suas vidas?
Eu quero avançar na esperança do amanhã. Eu quero acreditar na força da fé. Eu quero crer em dias melhores. Eu vou prosseguir, porque atrás das nuvens está o sol. Eu sei que, além das incertezas de hoje, está a promessa de Deus, Todo-Poderoso, de restaurar todas as coisas no Seu Amado Filho, Jesus Cristo, Rei do Universo! Eu coloco toda a minha vida sob o Senhorio de Jesus Cristo!
Co-fundadora da Comunidade Canção Nova
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