Somos templo do Espírito

Nossa saúde física e emocional depende da alimentação

Estamos comendo pior, a cada dia, em todos os sentidos, principalmente em termos nutricionais. Esses erros clássicos na alimentação atual trazem repercussões importantes não apenas sob o ponto de vista físico, mas também psíquico e emocional (e como afirmam alguns sacerdotes, na dimensão espiritual também).

O que mais tenho visto atualmente são pessoas, queixando-se de diversos sinais e sintomas, que vão ao meu consultório com pilhas de exames, cujos resultados nada apresentam de significativo que justifique o cansaço, a falta de ânimo, a indisposição para as mais simples tarefas do dia e a oscilação de humor e de pressão delas. O que faz com que, muitas vezes, a resposta delas ao meio ambiente e ao colega de trabalho seja a famosa frase de São Paulo: “Não faço o bem que quero e ainda faço o mal de não quero”.

O que a nutrição tem a ver com isso? Tudo! Não podemos esquecer que nosso corpo é formado por 100 trilhões de células, nem que trocamos 50 milhões delas todos os dias, nem que, cada uma, precisa de, no mínimo, 44 diferentes nutrientes conhecidos para desempenhar suas funções corretamente e manter nosso equilíbrio físico, mental e emocional. E de onde vêm esses nutrientes, ou melhor, de onde deveriam vir esses nutrientes? Da comida. Talvez você responda: “Mas eu como comida!”

Infelizmente, o ser humano atual perdeu a percepção do alimento e hoje ingere produtos alimentícios carregados de corantes e conservantes (os famosos aditivos químicos). No livro “Alimente Bem Suas Emoções“, da Editora Loyola, mostro em detalhes que, ao lermos ingredientes nos rótulos dos produtos alimentícios, encontramos, muitas vezes, mais aditivos do que alimento de verdade. Costumo dizer aos meus pacientes que, ao lerem um rótulo num produto, se houver algum nome que eles não identificam como comida que, por gentileza, o coloquem na prateleira novamente e não o comprem por se tratar de algum produto químico, que, muitas vezes, está ali presente para conservar aquela “comida” por 2 anos no supermercado.

Já estão bem estabelecidos na literatura científica os males que esses aditivos alimentares provocam no organismo, principalmente em relação às nossas emoções, pois alteram a atividade cerebral.

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Somos templos do Espírito Santo e precisamos cuidar, com carinho, deste corpo que é a obra-prima de Deus. Se escolhemos, com tanto cuidado e carinho, aquilo que colocamos no altar, como, por exemplo, a toalha mais bonita e impecavelmente passada, por que não tomar o mesmo cuidado com aquilo que colocamos no nosso corpo?

Muitas vezes, acabamos bombardeados por uma mídia cujo objetivo é nos anestesiar para que consumamos aquilo que a indústria alimentícia deseja. O lucro fala mais alto do que a saúde. Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a partir de agora está ciente dos prejuízos cognitivos e comportamentais que esses produtos trazem à sua saúde e à da sua família. Costumo dizer que, enquanto não sabemos, Deus perdoa. Mas agora, de posse dessas informações, o livre-arbítrio está novamente em suas mãos para decidir se vai, a cada vez que optar por um alimento, colocar saúde ou não no seu prato.

Seremos credores ou devedores de nós mesmos no futuro. Muito me entristece ao ver, justamente no momento em que estamos no auge da nossa carreira e podemos ser instrumentos preciosos de Deus para a construção de Seu Reino, encontrar pessoas com sobrepeso e obesidade, condições que levam ao desenvolvimento de doenças da modernidade como o diabetes, a hipertensão arterial e dislipidemias, que contribuem para o desenvolvimento de doenças que mais levam a óbito: as doenças cardiovasculares.

E o time feminino que não se engane. Mais preocupadas com câncer, muitas de nós nos esquecemos de que são as doenças cardiovasculares que mais matam nós mulheres cada dia mais cedo. Hoje temos mulheres enfartando aos 40 anos de idade em consequência dos hábitos maléficos da vida moderna. Dados da Sociedade Americana de Cardiologia apontam que há mais de 450 mil óbitos de mulheres, por ano, em decorrência dessas doenças [cardiovasculares], contra 270 mil mortes por câncer.

E qual a minha proposta para reverter todo esse quadro? Voltar a comer “comida de verdade” como no tempo da vovó (e em alguns casos bisavó). Imagine se, na época delas, se trocava jantar por lanche como hoje vemos na maioria das famílias. Nada substitui a comida.

A Bíblia nos traz, em Gênesis, exatamente como Deus planejou que fosse nossa alimentação:

Capítulo 1, 11-12: “Deus disse: ‘Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente’. E assim foi feito. A terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a sua espécie, e árvores que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente. E Deus viu que isso era bom”.

Capítulo 1, 20: “Deus disse: ‘Pululem as águas de uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus’. Deus criou os monstros marinhos e toda a multidão de seres vivos que enchem as águas, Segundo a sua espécie e todas as aves segundo a sua espécie. E Deus viu que isso era bom”.

Capítulo 1, 24-25: “Deus disse: ‘Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie’. E assim se fez. Deus fez os animais selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos igualmente, e da mesma forma todos os animais, que se arrastam sobre a terra. E Deus viu que isso era bom”.

Aqui temos exatamente como deve ser a nossa alimentação. Precisamos comer principalmente legumes, verduras e frutas. Legumes e verduras devem compor de 70% a 80% daquilo que ingerimos. Você nunca se perguntou o motivo pelo qual legumes e verduras têm tão pouca caloria? É porque precisamos comer esses tipos de alimento em grande quantidade! Deles é que vêm as vitaminas e minerais (além da água neles contida) de que necessitamos para construção de nossas células e neurotransmissores que nos fazem dimensionar os problemas do dia a dia do tamanho certo (nutriente dá inteligência às nossas emoções). Com nutrientes adequados vemos o copo pela metade sempre meio cheio e não meio vazio.

Com relação às proteínas animais, deveríamos ingerir em primeiro lugar as que vêm dos peixes. Das 14 refeições principais (almoço e jantar) durante uma semana, o que vejo é, no máximo, peixe compondo o almoço às sextas-feiras apenas. Precisamos ingerir mais peixes e um dos melhores, que sempre recomendo, é a sardinha, verdadeira fonte do ácido graxo chamado ômega-3, tão importante para nosso cérebro por ser formado de 60% de gordura.

Depois de priorizar os peixes vem a vez das aves e, claro, os ovos. Dediquei um capítulo falando dessa bênção que são os ovos, principalmente os caipiras. No passado considerados vilões em razão do colesterol, hoje os ovos foram absolvidos pela ciência da nutrição, a qual comprova que o colesterol da dieta corresponde apenas a 30% e que os 70% restantes são fabricados pelo fígado. Ovos têm colina, que é um nutriente importantíssimo para o cérebro. Precisamos comer, pelo menos, um ovo por dia.

E finalmente, no último dia, é que foram feitos os restantes das proteínas de origem animal, que são importantes também, pois a carne vermelha é fonte de ferro e vitamina B12. Mas devemos priorizar essa ordem.

Se devemos seguir a Palavra de Deus na nossa conduta espiritual, por que não a seguir igualmente na parte nutricional? Essa é minha proposta para um mundo melhor.

Dra. Gisela Savoli
Twiiter/Instagram: @giselasavioli

Para mais informações ligue: (12) 3186-2600.