HOMILIA - MISSA DO CLUBE DA EVANGELIZAÇÃO

Amar e testemunhar a Jesus Cristo

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo narrado por São Marcos.
Capítulo 3, versículos 1-6

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Padre Renan Félix – Foto: Daniel Mafra – cancaonova.com

Hoje a Igreja se reveste de vermelho para celebrar a morte de uma mártir, Santa Inês. Ao olharmos para a vida e a morte dos mártires, devemos nos questionar: “Até que ponto eu amo ao Senhor?” Esses santos mártires amaram mais a Cristo do que a própria vida. Nossa vida tem correspondido ao Evangelho? Celebrar um mártir é fazer a experiência de repensarmos a nossa caminhada com Deus.

Santa Inês tinha entre 12 e 13 anos quando foi martirizada. Uma menina que teve a coragem de, por amor a Nosso Senhor, entregar a sua vida. Essa santa foi prometida em casamento a um romano, porém, devido à sua experiência com Deus, consagrou a Ele sua virgindade e recusava todos os pretendentes que surgiam. Quando descobriram que ela era cristã, ela foi denunciada e sofreu várias ameaças, porém, não negou a sua fé. Então a levaram a um centro de prostituição em Roma, onde a ameaçaram de ser abusada por vários homens se não negasse sua fé em Jesus Cristo. No entanto, ela continuou firme em sua fé e morreu virgem. E nós? O que fazemos diante daquilo que a fé nos pede: recuamos ou não?

Temos sido cristãos frouxos, pois nem nas pequenas coisas temos conseguido testemunhar uma vida com Cristo. Se não somos fiéis a Deus nas pequenas coisas, na hora em que nossa fé for provada e nossa vida for colocada à prova, assim como a de Santa Inês, não teremos coragem de nos manter firmes. E essa não é uma realidade muito distante de nós, pois, ao olharmos para o mundo, vemos quantos cristãos estão sendo mortos por assumirem sua fé em Cristo.

O mártir é aquele que soube amar a Deus sobre todas as coisas. E amar a Deus é amá-Lo acima de tudo, até mesmo mais do que nosso matrimônio, nossos filhos, nossa história e a nossa vida. Os mártires não se tornaram santos do dia para a noite; eles foram pessoas fiéis ao Senhor no seu dia a dia.  Amar a Deus sobre todas as coisas é o princípio, quando entrego a Ele a minha vida não faço nada mais do que a minha obrigação. Aprendemos a ser mártires em nosso dia a dia.

Na primeira leitura de hoje Melquisedec oferece seus dons a Deus por tê-los recebido do Senhor. Todo batizado é chamado a ter uma vocação sacerdotal, ou seja, ofertar sua vida a Deus. Entreguemos ao Altíssimo tudo aquilo que temos e somos. Um cristão de verdade é capaz de oferecer ao Senhor aquilo que Ele nos deu de melhor: a nossa vida. Chega de sermos cristãos “meia boca”! Assumamos nossa fé.

Somos convidados a sacrificar nossa vida a cada dia por amor ao Senhor. Chega de termos uma vida cristã que se limita apenas a dar passos até onde nos é confortável. Olhemos de frente para nossa vida e, diante do Evangelho, confrontemos o que hoje vivemos. Muitos têm optado por ficar com seus pecados em vez de que ficar com o Senhor.

Santa Inês não teve medo de ofertar sua vida ao Senhor, para nos ensinar que não devemos ter medo de dar passos rumo à vontade d’Ele. Não vivamos o tempo do “politicamente correto”, no qual nos silenciamos com medo de dizer a verdade e ofender a outra pessoa. Tenhamos coragem de defender o que acreditamos, a verdade de Deus, a verdade que a Igreja nos ensina.

Ou somos cristãos de verdade ou o mundo vai nos arrastar! Chega de viver na estabilidade, na comodidade, e vivamos como cristãos de fé! Traçamos para o ano de 2015 muitos projetos, mas será que, para este ano, projetamos ser homens e mulheres novos? Quando Jesus entra em nossa vida, Ele organiza tudo em nós.

Jesus, no Evangelho, nos ensinou que, diante dos limites, devemos dar um passo a mais do que nos é necessário fazer. Vamos ficar no limite do “politicamente correto” ou faremos aquilo que é o certo? O convite hoje é para agirmos com justiça, entregarmos uma vida coerente ao Senhor e darmos passos além daquilo que muitos chamam de “politicamente correto”.

Onde está a nossa confiança no Senhor? Deus nos honra quando desejamos a santidade e lutamos para alcançá-la. Ele nos providencia aquilo que nos é necessário. O mundo não está acostumando com pessoas que tenham a coragem de dizer a verdade, e nós precisamos ser essas pessoas.

O Senhor está incomodando nosso coração a lutar por uma vida de santidade. A maior cura e libertação que podemos viver é a conversão do nosso coração. Hoje é dia de olharmos para a nossa vida e vermos até que ponto chegamos, até onde estamos sendo cristãos de verdade. Os mártires foram homens e mulheres cheios do Espírito Santo e nos ensinam que, para chegarmos ao céu, precisaremos pedir o auxílio do Paráclito, pois Ele nos conduzirá à santidade.

Padre Renan Félix
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

Transcrição e adaptação: Ariele Silva